Curso:
- MPGC
Área de conhecimento:
- Gestão da Saúde
Autor(es):
- Daniel de Sousa Pinto
Orientador:
Ano:
Os recentes impactos do avanço tecnológico no mercado da saúde e a crescente importância do aumento de custos em toda a sua cadeia e a busca de uma alternativa para aumentar o acesso a essas novas tecnologias a um maior número de pessoas dentro da saúde suplementar tem sido um dos temas mais discutidos ultimamente. A Saúde Suplementar, como parte do sistema de saúde, enfrenta grandes desafios para superar a crise de financiamento estabelecida no setor, e tem buscado alternativas contratuais e financeiras para essa realidade. Nesse contexto, o objetivo geral proposto para esse trabalho foi o de evidenciar as visões de gestores de saúde de diferentes instituições brasileiras (operadoras, fundações, consultorias de saúde, instituições de ensino e pesquisa e órgãos governamentais) com papel de destaque no Brasil a respeito do uso de modelos de compartilhamento de risco (risk sharing) em diferentes geografias e em diferentes financiadores no sistema. Pretendeu-se aprofundar o tema com o cumprimento dos seguintes objetivos específicos, também sob a perspectiva dos participantes da pesquisa: verificar a utilização desses modelos de pagamento e consequentemente determinar as características e adaptações necessárias aos mesmos; identificar os desafios para a consolidação do risk sharing na Saúde Suplementar; verificar o impacto do risk sharing nos custos com saúde das operadoras a partir da percepção dos entrevistados. Trata-se de estudo qualitativo, com entrevistas em profundidade com os principais gestores da saúde suplementar de diferentes operadoras de saúde no Brasil e formadores de opinião da área, totalizando 25 entrevistas. A análise de conteúdo foi escolhida como método de interpretação e construção das categorias para a análise. Os resultados foram agrupados em 5 categorias discussivas que abordaram as vivências pessoais dos entrevistados com o risk sharing; características e objetivos para o risk sharing na saúde suplementar; as sugestões e adaptações sugeridas para o melhor funcionamento na realidade brasileira; as críticas e desafios aos modelos propostos; e a associação do risk sharing aos custos em saúde albergados pelas operadoras. Os resultados sugerem que o compartilhamento de risco pode ser uma alternativa capaz de promover uma nova forma de relacionamento entre os pagadores e a indústria fabricante, substituindo o tradicional modelo de remuneração, que limita a relação linear com todos os setores, buscando sempre o objetivo de atender o paciente com novas alternativas de acesso.