PRÁTICAS PATERNALISTAS NO TERCEIRO SETOR

Autor(es): 

Michelle Ferreti - Orientador: Prof. Mário Aquino Alves

Ano: 

2002

[INTRODUÇÃO] O crescente interesse da sociedade civil em participar ativamente das questões sociais proporcionou um crescimento exorbitante do terceiro setor em todo o mundo. Na tentativa de reinventar a sociedade, novas organizações emergem com grande força e têm-se mostrado interessante, na medida em que conhecem seu público-alvo mais de perto e, portanto, poderiam ser mais eficientes ao alocar recursos e solucionar os problemas existentes, constituindo um importante laboratório de experiências passíveis de multiplicação em outros locais através do Estado. Entretanto, esse processo nem sempre ocorre de maneira benéfica, já que parte das ações realizadas promove o assistencialismo gerador de dependência. Nesse sentido, o presente estudo realiza uma análise do terceiro setor brasileiro a partir de seu esqueleto, considerando para tanto, sua evolução dentro do processo histórico-cultural do país. Pretende, assim, comprovar que, para facilitar sua inserção social e legitimar suas ações, o setor acaba apelando, com freqüência, para práticas paternalistas de gestão de conseqüências danosas e pouco eficientes para atingir os propósitos que ele se dispõe a alcançar. [METODOLOGIA] Foi adotada uma metodologia exploratória que compreende o levantamento de material bibliográfico e estudos de caso em duas organizações sem fins lucrativos: uma organização assistencialista tradicional e a outra de atuação social de destaque com uma linha de maior incentivo ao protagonismo e à iniciativa. [RESULTADOS] Através dos estudos de caso, comprova-se a existência de práticas paternalistas de gestão no terceiro setor brasileiro, fortemente relacionada à estrutura e ao pacto social vigente no país. Essas práticas reproduzem uma realidade muito comum em organizações privadas e em outras esferas da vida do brasileiro. [CONCLUSÃO] Configura-se gritante a diferença nos resultados alcançados pelas organizações com formas de atuação divergentes. O momento para esse tipo de discussão é propício, uma vez que com esse crescimento recente e desenfreado, o terceiro setor ainda não possuiu tempo de estabelecer para si uma estrutura definitiva e completa. É necessário canalizar os esforços em ações realmente benéficas que possam de fato contribuir no urgente processo de melhoria da qualidade de vida da sociedade, mudando para isso, a visão errônea e alguns mitos existentes em relação ao terceiro setor.

Departamento: 

ADM

Anexos: