[INTRODUÇAO] Procuramos nesta pesquisa avaliar o processo de redução das alíquotas alfandegárias e barreiras não tarifárias (abertura de mercado) iniciado por Fernando Collor em 1990 bem como as conseqüências desse processo para os principais setores industriais no Brasil, sob o ponto de Vista das lideranças de cada setor, e ainda medir o grau de articulação política das entidades representativas dos mesmos. [METODOLOGIA] Entrevistas pessoais com presidentes, ex-presidentes e diretores das associações ou sindicatos patronais que representam politicamente os principais setores industriais. Os entrevistados respondiam a um questionário padrão que nos serviu como um roteiro para as entrevistas. Após a realização de todas as entrevistas, as perguntas, em sua maioria de natureza qualitativa, foram transformadas em perguntas quantitativas, e as respostas, como resultado, foram transformadas em dados que posteriormente foram tabulados. [RESULTADOS] Feita a tabulação dos dados, verificamos que, de modo geral, as associações ou sindicatos são detentores de pequena articulação política no Brasil, com muito pouco contato e influência sobre os poderes Executivo e Legislativo. Há um consenso, entre os empresários, de que o programa de abertura de Collor foi acelerado e imediatista, muito embora a idéia de abertura de mercado seja digna de recepção favorável. As principais reinvindicações dos setores se referiam a redução da carga tributária, estabilização da economia, melhorias de infra-estrutura, e, em menor grau, medidas de proteção, como elevação de alíquotas e controle contra dumping. Os canais de comunicação abertos pelo governo (CIP, CPA, Câmara Setorial) para estudar e eventualmente atender as requisições dos setores não foram eficazes em seu propósito. Foram verificados queima de ativos e desativação de indústrias em pequena parcela das indústrias.