Os Consumidores no Centro da Produção

Autor(es): 

Isleide Arruda Fontenelle

Ano: 

2015

 

Pesquisa em foco: Organisations as producers of consumers

Se, até os anos 1980, as indústrias fabricavam os profissionais de marketing imaginando estratégias para vender os produtos, atualmente, na era da cocriação, não há mais como separar o mundo de dentro do mundo de fora das organizações.

Objetivo: Analisar a mudança nas relações entre trabalho e consumo, esferas que estão cada vez mais interconectadas

Raio X da pesquisa

• Levantamento de literatura sobre o lugar do consumo no processo de criação e expansão do valor no capitalismo, presente em Marx e em autores contemporâneos.

• Abordagem histórica sobre o papel do consumidor.

Resultados

• Na primeira fase do capitalismo de consumo, até os anos 1980, o consumidor era um ator totalmente separado do mundo da produção. Neste, havia apenas dois atores: o trabalhador e o gestor. Os estudos organizacionais eram responsáveis por pensar no que acontecia dentro das fábricas , enquanto os responsáveis pelo marketing cuidavam das ações para o consumidor, que estava fora das fábricas.

• A partir dos anos 1980, trabalho e consumo deixaram de ser categorias separadas, e o consumo passou a comandar cada vez mais a produção. Cada vez mais se fala em cocriação, coprodução, situações em que o consumidor assume funções do trabalhador, na maior parte das vezes sem receber nada por isso. Assim, o objeto das organizações muda: não é mais a gestão do trabalho, mas o “organizing” em torno do consumo e do trabalho que deve predominar.

• Os trabalhadores em contato com os clientes precisam, cada vez mais, se envolver emocionalmente na disseminação dos valores da marca e produzir consumo.

• A nova lógica afetou também ONGs, que investem na coprodução de consumidores éticos, conscientes e responsá- veis, em conjunto com empresas lucrativas.

O que há de novo

• O estudo permite o questionamento do uso de categorias estanques como trabalho e consumo. Novas categorias como “prossumidor” (prosumer) ou “fábrica social” (social factory) têm emergido.

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