Esta tese de doutorado tem por objetivo investigar os mecanismos por trás da exclusão feminina da política brasileira. O estudo propõe uma lente analítica para identificar diferentes momentos onde a exclusão das mulheres da política ocorre, elaborada através de um extenso levantamento da literatura que cobre o campo no Brasil e em outros países. As disputas eleitorais para o cargo de Deputado Federal entre os anos de 2006 e 2018 foram usadas como casos para a investigação. Valendo-se de uma análise quantitativa, o estudo aponta que, no momento da eleição, há um déficit de candidaturas femininas competitivas em proporção às masculinas. Esta desproporcionalidade pode estar diretamente vinculada à baixa proporção de mulheres eleitas e é fruto, principalmente, da baixa quantidade de potenciais candidaturas femininas competitivas disponíveis para recrutamento dos partidos e à menores taxas de competitividade e recrutamento entre mulheres casadas. Desigualdades estruturais provavelmente atuam na supressão da oferta de candidaturas femininas competitivas antes mesmo delas se colocarem à disposição para recrutamento. Medidas que fomentem maiores e melhores experiências eleitorais entre as mulheres e que consigam romper com estereótipos de gênero que determinam uma divisão sexual do trabalho podem ser fundamentais para aumentar a presença feminina na política brasileira.