Seleção Ótima de Portfólio em Renda Fixa: combinações de estruturas a termo da taxa de juros e fatores macroeconômicos

Curso: 

  • CDAE

Área de conhecimento: 

  • Finanças e Contabilidade

Autor(es): 

  • Lucas Dreves Gimenes

Orientador: 

Ano: 

2019

O estudo de portfólios ótimos em termos de média e variância de Markowitz (1952) são amplamente utilizados para formação de portfólios em renda variável. No entanto, são pouco empregados para renda fixa. Korn e Koziol (2006) apresentam como um dos motivos para tal fato a característica mutante dos títulos ao longo do tempo. Sugerem que, para mitigar essa questão, sejam utilizados modelos de estrutura a termo de taxas de juros. Para Christensen, Diebold e Rudebusch (2011), a precificação de ativos, a alocação de portfólio e o gerenciamento de riscos são incumbências fundamentais nos mercados financeiros. Para títulos de renda fixa, a modelagem da estrutura a termo das taxas de juros (ETTJ) com maior eficiência tende a gerar melhores precificações, retornos de portfólios superiores e gerenciamento de risco satisfatórios. Concepção similar também pode ser encontrada em Bolder (2015). Ainda, segundo Christensen, Diebold e Rudebusch (2011), os modelos de estrutura a termo das taxas de juros baseados em Nelson e Siegel (1987) apresentam um sucesso notável em ajustar e prever as curvas de juros. Para o caso brasileiro, Almeida (2009) apresenta uma metodologia superior baseada em modelos Nelson-Siegel-Svensson, demonstrando que um fator a mais para curvatura gera melhor ajuste e previsão. As variáveis macrofinanceiras como fatores de potencialização para melhores previsões ganharam força após os trabalhos de Ang e Piazzesi (2003) e Diebold, Piazzesi e Rudebusch (2005), sendo que Rudebusch e Wu (2008) sugerem como aprimoramento a importância de se analisar variáveis fiscais na qualidade de meios para um melhor ajuste das taxas ajustadas ou previstas. Para o caso brasileiro, Almeida e Faria (2014) demonstram a importância da inclusão de fatores macroeconômicos para previsão da curva de juros brasileira. Vieira et al. (2017) exploram os ganhos com a inclusão de variáveis que tentam captar expectativas. Assim, a inclusão de fatores macroeconômicos na estimação da ETTJ passou a ser importante, tanto para formadores de política monetária, quanto para possuidores de dívida, na medida que auxilia na tomada de decisão com o intuito de maximização de lucros. Dessa forma, o presente trabalho une os pontos acima e busca estudar a importância de variáveis de expectativas macroeconômicas, com foco em variáveis de expectativas fiscais como possíveis instrumentos para melhorar o ajuste e previsão de curvas de juros estimadas via Nelson Siegel Svensson e posterior utilização em portfólios ótimos de renda fixa. Os dados utilizados são os futuros de DI com maturidades de 1, 2, 3, 4, 5 e 6 meses unidos às de 1, 1.5, 2, 2.5, 3, 4, 5, 7 e 10 anos. Os principais resultados encontrados sugerem que, para o caso brasileiro, existe relevância em variáveis fiscais de expectativa futura em conjunto com expectativas de produto e inflação para uma melhor previsão das curvas de juros. E que estratégias de portfólios ótimos (média variância) em renda fixa, com a utilização de dados previstos para o futuro comportamento da taxa de juros podem levar a retornos consistentes em termos absolutos, ainda melhores em Índice de Sharpe e tais resultados se mantém comparativamente à indústria de fundos de Renda Fixa brasileira.

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