O Pilar Social: dimensão invisível das cadeias de suprimentos sustentáveis

Curso: 

  • CDAE

Área de conhecimento: 

  • Sustentabilidade

Autor(es): 

  • Dafne Oliveira Carlos de Morais

Ano: 

2018

O pilar social da sustentabilidade encontra-se sub representado no contexto da SSCM. O presente estudo endereça esse pilar social e a lacuna relacionada aos mecanismos de governança no âmbito da SSCM e aborda a seguinte questão de pesquisa: como empresas focais adotam a sustentabilidade social e quais mecanismos de governança são usados para implementá-la na cadeia de suprimentos? O trabalho propõe uma investigação empírica por meio de um estudo de casos múltiplos, composto por seis casos. A pesquisa identificou nos casos os antecedentes de sustentabilidade, isto é, os elementos que os direcionam, facilitam e dificultam na adoção da sustentabilidade ao longo da cadeia de suprimentos. Uma lista de mecanismos foi elaborada e classificada quanto ao seu tipo e quanto a sua atuação, se mais direta (hands-on) ou mais indireta (hands-off). Ademais, as questões sociais foram classificadas quanto a sua incidência nos casos e, para cada mecanismo de governança, três tipos foram estabelecidos: questões sociais centrais, questões sociais periféricas e questões sociais remotas. Considerando a relação entre os tipos de questões sociais implementadas e a intensidade de mecanismos de governança que as endereça, três perfis de gestão da sustentabilidade social no contexto da SSCM são delineados e descritos: elementar, seletivo e extensivo. Cada perfil foi analisado à luz de diferentes teorias: a Teoria dos Stakeholders, a Teoria de Contingência e a Teoria Comportamental. Um ponto de destaque na primeira lente teórica relaciona-se a saliência do fornecedor nos diferentes perfis: no perfil seletivo, um grupo forte de fornecedores atua como stakeholders perigosos, enquanto nos perfis seletivos e extensivos, fornecedores atuam, de modo geral, como reivindicadores. Os diferentes papéis dos fornecedores indicam que a maior ou menor incidência de poder do fornecedor influencia a extensão que a empresa focal consegue endereçar questões sociais em sua cadeia, se mais limitadas a questões centrais ou se alcançam questões periféricas e remotas. Sob a lente da Teoria de Contingência, o presente estudo indica que iniciativas sociais relacionam-se a fatores como (des)equilíbrio de poder e dependência na relação com fornecedor. Ademais, para gestão de questões sociais, aproximar-se de fornecedores não implica na redução de mecanismos de governança, principalmente, em cadeias de maior criticidade. Em relação a Teoria Comportamental, os resultados do estudo representam como conceitos dessa lente teórica manifestam-se no âmbito da sustentabilidade e da sustentabilidade social na SCM. Reconhecer tais contextos constitui um passo em direção a superação de comportamentos tendenciosos no processo de tomada de decisão na SSCM, como: reconhecer a gama de questões sociais possíveis de endereçar e priorizar aquelas mais alinhadas ao seu negócio e não as mais simples de endereçar, atuando de modo mais assertivo e não segundo o mais simples; estimular o reconhecimento mais ágil da necessidade de critérios mais complexos para definir o grupo de fornecedores a ser avaliado socioambientalmente em programas de gestão.

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