Curso:
- MPGC
Área de conhecimento:
- Finanças e Contabilidade
Autor(es):
- Paulo Henrique Andreoli
Orientador:
Ano:
Ao mesmo tempo que estudos sobre modelos de remuneração executiva que alinhem os interesses de acionistas e administradores são crescentes no Brasil, as boas práticas de governança corporativa sugerem uma maior transparência na divulgação da remuneração dos executivos ao mercado. Este trabalho objetivou primariamente analisar o nível de transparência na divulgação da remuneração executiva em momentos distintos da economia brasileira, em período de estabilidade e de crise econômica e adicionalmente, com base nos dados levantados, compreender a proporção da remuneração variável nos diferentes períodos, imaginando observar se a parcela de remuneração variável paga aos administradores seria menor no período de maior dificuldade econômica. Para uma melhor análise comparativa, selecionamos três segmentos relevantes e distintos, incluindo setores regulados e não regulados, sendo eles os segmentos de alimentos, de bancos e de energia elétrica. Com base nos principais indicadores econômicos, selecionamos os anos de 2012 e 2015, onde consideramos o ano de 2012 um ano de estabilidade econômica no Brasil e o ano de 2015, ano de crise. Os resultados indicaram que mesmo em 2015, alguns segmentos analisados apresentaram boas performances em seus resultados, em comparação a 2012. O eventual declínio nos níveis de divulgação da remuneração executiva, que poderiam ser esperados, mostraram-se bastante estáveis para ambos os anos. Mesmo com resultados adversos entre os segmentos em 2015, foi possível observar que a remuneração variável de curto prazo deixou de ser utilizada como ferramenta de remuneração por parte das empresas no segundo ano analisado. Uma certa migração da remuneração variável de curto prazo para a remuneração baseada em ações foi constatada, com aumento expressivo nos valores médios pagos através desse tipo de incentivo em dois dos três segmentos analisados. O comportamento observado ilustra vários estudos sobre o assunto e as boas práticas de governança corporativa ao mostrar a busca pelo alinhamento dos interesses dos acionistas e gestores e balanceamento de metas entre curto e longo prazos, principalmente em época de maior dificuldade econômica.