As cidades e os seus formuladores de políticas enfrentam grandes pressões para buscar atender os atuais desafios de mobilidade urbana. A urbanização acelerada, o crescimento populacional, as mudanças demográficas e a escassez de recursos naturais e mudanças climáticas continuarão a desafiar as cidades pelo mundo. O desenvolvimento urbano sustentável é uma prioridade global e se faz necessário. No entanto, a maioria das cidades carece da capacidade e de recursos para garantir o desenvolvimento de maneira sustentável. Mobilidade é um dos tópicos mais difíceis de serem solucionados nas grandes áreas urbanas, envolvendo questões de políticas públicas econômicas e socioambientais e dependendo da tecnologia e comportamento da população. Aquelas cidades que decidiram realizar movimentos ousados no avanço e na diversificação nos sistemas de transporte urbano por meio de um plano de mobilidade sustentável poderão aprimorar a atratividade, a produtividade a e qualidade de vida dos cidadãos. As grandes metrópoles brasileiras devem se atentar às iniciativas de mobilidade urbana sustentáveis a fim e atender as tendências de urbanização acelerada e das mudanças demográficas que ocorrerão no Brasil nas próximas décadas e de maneira exponencial. Nesse contexto, este trabalho busca responder à seguinte questão: de que forma o plano de mobilidade de São Paulo incorpora princípios de mobilidade urbana sustentável? Tal análise é realizada tomando-se como base (i) a proposta de Subirats et al. (2008) para elementos constitutivos de uma política pública e (ii) no modelo de Machado e Piccinini (2018) relacionado aos princípios dos planos de mobilidade urbana sustentável, comparando a incorporação de tais princípios nos planos de mobilidade urbana de Barcelona e Londres. Como resultados dessa análise, o Plano de Mobilidade de São Paulo é considerado avançado e equiparado na sua qualidade na estrutura de princípios e elementos de mobilidade urbana sustentável, quando comparamos com planos de mobilidade urbana de referência internacional. Entretanto, os resultados também apontam a necessidade de evoluir em temas ainda não contemplados no referido plano e que vêm ganhando notoriedade em outros países.