Fundamental para o alcance dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável de 2030, a temática da inclusão financeira tem sido alvo de esforços de legisladores, instituições e pesquisadores mundialmente. No entanto, dentre os inúmeros tópicos por ela abordados, a poupança surge como faceta ainda negligenciada. Este trabalho procurou contribuir para o progresso dos estudos em poupança para economias em desenvolvimento. Para isso, um modelo probit utilizando o critério de seleção de Heckman foi empregado a fim de determinar os fatores que afetam a prática de poupança e de poupança formal entre famílias pobres e extremamente pobres no Brasil, referindo-se especificamente a beneficiários do Programa Bolsa Família. Resultados denotam que incentivos exclusivamente econômicos se revelam insuficientes na promoção de maiores níveis de acesso e uso de tais produtos e serviços financeiros, apontando para a necessidade da concepção de políticas públicas devidamente articuladas e capazes de combater a exclusão por vias sociais e comportamentais.