Essa tese discute a relação entre dois temas - efeitos de vizinhança e a matrícula em creches - e sua relação com o desenvolvimento infantil. O primeiro capítulo apresenta uma revisão sistemática dos efeitos de vizinhança no desenvolvimento infantil de crianças de zero a seis anos. O segundo capítulo descreve São Paulo, foco dessa tese. Nele, a segregação espacial na cidade é amplamente descrita, utilizando o Índice de Vulnerabilidade Social; também é apresentada a política de educação e atenção à primeira infância do município, com foco especial nas creches. O terceiro capítulo fornece evidências sobre a existência de efeitos de vizinhança em São Paulo através da estimação de um modelo hierárquico que analisa tais efeitos sobre os resultados educacionais das crianças. Para tanto, são utilizados os dados da Provinha São Paulo de 2018. Esse resultado empírico está em linha com as evidências internacionais sistematizadas no primeiro capítulo. O quarto capítulo utiliza dados administrativos do sistema de matrícula do município para compreender o perfil dos que tentaram se matricular nas creches municipais entre 2010 e 2018. O perfil dos ingressantes mudou; mas as evidências não permitem afirmar que essa mudança foi no sentido de uma inclusão maior de uma população mais diversa. Finalmente, o quinto capítulo apresenta uma estimativa do impacto da matrícula em creches sobre os resultados educacionais das crianças. Tanto o banco de dados administrativo, quanto os dados da Provinha São Paulo são usados para implementar uma regressão descontínua. A estimativa fornece evidências de um efeito positivo e marginalmente significativo da oferta de vaga no berçario I sobre a proficiência em Matemática. Juntos, os resultados apresentados nesta tese fornecem novas evidências sobre os efeitos de vizinhança e a importância das creches in São Paulo.