Tem se tornado cada vez mais comum, na área da Assistência Social, falar em Vigilância Socioassistencial. Mesmo tendo sido prevista desde o início no Plano Nacional de Assistência Social em 2004, é somente nos dias de hoje, que gestores e técnicos da assistência, parecem se dar conta da importância da consolidação de núcleos efetivos de Vigilância. O presente ensaio busca revelar a importância do percurso de desenvolvimento da própria política de assistência social, como também, a evolução do campo da Vigilância Socioassistencial. A manifestação comum tem sido sobre a importância deste campo, mas ao aprofundar suas práticas na política Estadual de Assistência Social de São Paulo, o que se percebe, é que estamos longe de pautar o planejamento das ações, a criação de programas, e a tomada de decisão com base em estudos territorializados e legitimização das demandas sociais. Muitas ferramentas foram criadas pelo Ministério de Desenvolvimento Social para a gestão das informações na implementação da política, no entanto, são escassas as alternativas de debate sobre o como fazer ou o como usar os dados coletados a favor da política. Procura-se considerar, nesta reflexão, a mudança de paradigma fundamental em relação à trajetória histórica na área da Assistência Social, marcada preponderantemente pelo assistencialismo, e atendimento descontínuo.