As Cooperativas de Crédito e a Implementação da Política de Inclusão Financeira no Brasil

Curso: 

  • CDAPG

Área de conhecimento: 

  • Políticas Públicas

Autor(es): 

  • Ligia Greatti

Orientador: 

Ano: 

2017

Este estudo, em linhas gerais, analisa questões relativas às relações entre Estado e sociedade em processos de implementação de políticas públicas no Brasil, tomando como foco da análise o processo que resultou na política de inclusão financeira. O objetivo que orienta o desenvolvimento da pesquisa diz respeito ao papel desempenhado por atores posicionados na esfera não estatal, particularmente as Cooperativas de Crédito, em processos de implementação de políticas públicas e, principalmente, como estes atores se relacionam com atores posicionados na esfera estatal, especialmente na coordenação da política pública. Visando dar suporte teórico para a pesquisa, foi realizado um levantamento de literatura sobre políticas públicas, o processo de implementação e seus atores, a política de inclusão financeira e sobre o cooperativismo de crédito. Em seguida recorreu-se ao enfoque proposto por Subirats et al. (2012) para analisar como ocorrem as relações entre cooperativas de crédito, enquanto atores implementadores da política de inclusão financeira e os atores governamentais coordenadores dessa política, principalmente o Banco Central do Brasil. Através de tal abordagem, analisou-se o conteúdo da política, os atores com seus valores, ideias e interesses, os recursos que mobilizam e as regras institucionais que os envolvem e como esses elementos influenciam nas relações estabelecidas entre os atores. Para tanto, utilizou-se de pesquisa documental e entrevista semiestruturada para coleta de dados, cujos conteúdos foram analisados com o auxílio do software Atlas Ti. Observou-se que o processo de implementação da política de inclusão financeira é influenciado por esses elementos, que motivam e condicionam as relações. As conclusões do estudo apontam para o fato de que as cooperativas envolvidas no processo têm sucesso em influenciar de forma efetiva a implementação da política pública e que as relações mantidas entre elas e o Banco Central do Brasil ocorrem em forma de cooperação, que só acontece devido ao fato de existir um consenso entre eles sobre o problema público enfrentado, de terem valores e interesses comuns diante da política de inclusão financeira, de mobilizarem recursos de forma autônoma e, em determinadas situações, por meio de negociação, bem como por manter diálogos e debates constantes com relação às normas institucionais que os envolvem. As relações entre esses atores no processo de implementação da política de inclusão financeira passaram por um longo período de reflexões e debates, que se mantém de forma constante até os dias atuais, fortalecendo assim a cooperação existente entre eles.

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