Curso:
- CDAE
Área de conhecimento:
- Gestão da Saúde
Autor(es):
- Vidigal Fernandes Martins
Orientador:
Ano:
Este trabalho se propôs estudar a atual situação da doação de sangue no Brasil a partir da retomada histórica do tema, da varredura de dados oficiais e de pesquisa e seleção criteriosa de estudos empíricos recentes cujo objetivo principal fosse analisar e compreender o perfil do doador de sangue e as motivações para a doação. Quanto aos fatos/dados oficiais, priorizou-se aqui como fontes principais instituições oficiais como o Ministério da Saúde, o Global Database on Blood Safety, a Organização Pan-Americana de Saúde, a Organização das Nações Unidas, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária e a Constituição Federal do Brasil. A partir de algumas palavras-chave e da relação entre elas, buscou-se pelas pesquisas acadêmicas mais recentes (2009-2019) sobre o tema nas plataformas científicas Scielo (biblioteca eletrônica com um acervo eletrônico de periódicos científicos brasileiros), SIBi (Sistema Integrado de Bibliotecas da Universidade de São Paulo), BDTD (Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações), Periódico Portal Capes e Google Acadêmico. Adicionalmente, ao aplicar o modelo adaptado por Masser et al. (2009, 2012) sobre a Teoria do Comportamento Planejado (TPB) no contexto brasileiro, este estudo investigou a(s) relação(ões) entre a doação (ou não doação) de sangue, tendo em vista uma amostra do estado de Minas Gerais com 647 pessoas, com o fim de tentar prever a sua intenção comportamental para compreender quais fatores influenciam no processo de doação de sangue. Os estudos apresentados por Masser et al. (2009, 2012) trouxeram um avanço na aplicação do modelo TPB a grupos de doadores de sangue, e é justamente com base nos avanços e refinamento do modelo original que esta pesquisa se construiu. Por sinal, a presente pesquisa avançou ao incluir uma escala de motivações proposta como fatores adicionais para explicar a atitude e intenção de doar. O instrumento proposto para a coleta dos dados foi aplicado on-line e por meio de “lápis e papel” e validado na amostra: todas as medidas mostraram-se confiáveis, e no caso da escala de motivações proposta, validada por meio da Análise Fatorial Exploratória e Análise Fatorial Confirmatória, foram econtrados três fatores válidos e confiáveis. A partir dos escores fatoriais das medidas coletadas com o questionário, ajustaram-se os modelos TPB por meio da Modelagem de Equações Estruturais (SEM). O modelo final ajustado apresentou excelente ajuste e, por intermédio da Path Analysis, pode-se concluir que os fatores internos ao indivíduo são os principais a explicar a atitude em relação à doação de sangue, intenção ou comportamento de doar. Assim, condizente com a literatura referenciada, constatou-se que a autoeficácia e a autoidentidade têm papéis cruciais em prever a intencionalidade e o comportamento de doar; em menor medida, porém com efeitos estatisticamente significantes, as normas morais, o arrependimento antecipado e a motivação intrínseca também foram relevantes em explicar a atitude e intenção de doar sangue. Com base na revisão teórica e nos resultados encontrados, propõe-se aqui a discussão acerca da importância do marketing social como metodologia para as campanhas de doação de sangue e, outrossim, da importância das informações e conhecimentos científicos como subsídio para essas campanhas.