Ampliar o acesso a cuidados de saúde é um dos grandes temas de discussões no cenário nacional e internacional. As principais soluções propostas dependem da criação de sistemas integrados, com a atenção primária à saúde como grande responsável pelo ordenamento e coordenação do cuidado. A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece o papel fundamental do farmacêutico nos sistemas de atenção à saúde, este deve ter como foco de seu trabalho o cuidado integral da saúde dos pacientes que fazem uso de medicamentos. Considerando que a grande maioria (55%) dos farmacêuticos trabalham em farmácias de comunidade e a necessidade constante de aprimorar o acesso e a qualidade da atenção primária, este trabalho tem como objetivo geral discutir a situação atual da atenção farmacêutica prestada nas farmácias de comunidade no Brasil, com a intenção de identificar oportunidades para melhorar o acesso à atenção primaria em saúde para a população brasileira. Para isso o método escolhido foi a revisão narrativa da literatura, buscando diferentes pontos de vista da produção científica já publicada no campo da atenção farmacêutica em farmácias de comunidade. Na literatura foi possível verificar como principais barreiras a necessidade de maiores investimentos, a indisponibilidade e falta de especialização de profissionais farmacêuticos e a baixa integração com os outros profissionais de saúde. Também foram identificadas, com base em iniciativas encontradas em diversos países, oportunidades de melhoria que podem tornar a atenção farmacêutica um caminho para aumentar o acesso ao atendimento primário. Para atingir este objetivo são necessários esforços para superar os problemas identificados e construir um modelo sólido a ser aplicado nacionalmente. Estes serviços precisam ser desenhados de forma colaborativa com outros participantes do sistema, com foco na promoção de saúde da população e na integralidade do cuidado dos pacientes.