Assédio Sexual nas Relações de Trabalho: um estudo com mulheres em cargo de liderança

Curso: 

  • CDAE

Área de conhecimento: 

  • Estudos Organizacionais

Autor(es): 

  • Alice de Freitas Oleto

Orientador: 

Ano: 

2021

O assédio sexual relacionado ao trabalho é tema pouco estudado na realidade acadêmica brasileira, embora seja possível perceber a relevância de seu estudo no âmbito das organizações. Daí a ideia de se discutir a violência sexual no trabalho a partir dos casos de assédio sexual sofrido por mulheres brasileiras em cargos de liderança. Com base nesse entendimento, esta pesquisa tem por objetivo analisar as situações de assédio sexual sofridas por mulheres em cargo de liderança em suas trajetórias profissionais, e como os casos de assédio sexual foram vivenciados por elas e tratados pelas organizações em que trabalham (vam). A discussão se mostra relevante na medida em que essa mulher está inserida em um contexto organizacional de dominação masculina, no qual se espera que a mulher não ocupe cargos estratégicos. A pesquisa tem como base a perspectiva teórica do construcionismo social de Berger e Luckman (1999) e a abordagem metodológica qualitativa fundamentada nos dados (grounded theory), com base na perspectiva interacionista simbólica de Charmaz (2009). Os dados foram obtidos de 43 entrevistas com mulheres que ocupam ou ocuparam cargos de liderança em organizações no Brasil. A pesquisa conclui que 1) o assédio sexual ainda está muito presente na trajetória profissional das mulheres no mercado de trabalho, impactando direta ou indiretamente sua ascensão aos cargos de liderança, 2) a violência sexual traz consequências à saúde física e mental das mulheres, além de uma alta carga de emoções e sentimentos negativos, degradantes e traumatizantes, 3) quando as mulheres chegam ao cargo de liderança, elas praticamente passam a não sofrer mais assédio sexual, 4) as organizações ainda tendem a perceber o assédio sexual como uma parte normalizada da cultura organizacional, não mostrando qualquer tipo de engajamento em evitar ou reduzir os casos de assédio sexual dentro de seu ambiente organizacional. A teoria substantiva apresenta que o assédio sexual sofrido pelas mulheres no trabalho ainda é muito presente, e deixa traços maléficos, mas este tende a se extinguir quando elas alcançam cargo de liderança. A teoria é provisória e contingente e reflete a interpretação de uma pesquisadora em particular. Espera-se que ela amplie o campo de estudos da Administração e estimule pesquisadores na continuidade da investigação acerca do assédio sexual praticado contra mulheres em cargo de liderança.

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