Autor(es):
Ano:
Instituição:
[INTRODUÇÃO] O trabalho de iniciação científica surgiu da participação da aluna na pesquisa “Segmentos Populares, Consumo e Participação Cultural”, realizada pelas professoras Tania Maria Vidigal Limeira e Maria Alice Machado Gouveia. Tal pesquisa consistiu, de maneira geral, em buscar compreender como a participação cultural poderia se tornar um recurso econômico, político e social para os segmentos populares. Este trabalho de iniciação científica aborda, especificamente, a produção musical independente na periferia. Procurou-se investigar como os músicos e empreendedores culturais produzem e acessam o mercado e qual o papel da produção musical independente na periferia. Pretendeu-se contribuir para a ampliação do conhecimento na área de cultura, empreendedorismo e inclusão social. [METODOLOGIA] Realizou-se uma revisão teórica que abordou: (i) cultura como recurso; (ii) empreendimentos associativos, empreendedorismo e redes sociais; (iii) condições de vida na periferia e (iv) música independente da periferia. Também foram realizadas entrevistas com três profissionais da música da periferia, envolvidos com o movimento hip hop: Cláudio Moura (músico e empreendedor cultural), Randerson Nascimento (músico e produtor musical) e Vladimir Menezes (músico, produtor musical e empreendedor cultural). [RESULTADOS] Verificou-se na pesquisa que o rap caracteriza-se como um circuito autônomo: a produção e o consumo cultural são realizados dentro da própria periferia, mesmo sem a presença de grandes gravadoras ou da grande mídia. A atividade como músico, além de gerar o auto-emprego, contribui para o aumento da auto-estima dos jovens da periferia e o fortalecimento dos laços comunitários. Os empreendedores culturais da periferia, administradores da arte local, coordenam a indústria criativa periférica. Outra observação foi de que a música pode servir como meio de subsistência, embora o aumento da concorrência entre os diversos gêneros musicais presentes na periferia traga maiores dificuldades para os rappers hoje. Verificou-se também a grande importância das redes sociais, por meio das quais os artistas e empreendedores culturais podem obter recursos, muitas vezes escassos na periferia. [CONCLUSÂO] O avanço tecnológico permitiu que a produção independente de música na periferia se tornasse mais barata, simples e acessível, pulverizando-se por pequenos estúdios locais. Existe consumo cultural dentro da periferia, para acessar este mercado e terem sustentabilidade em suas profissões, os músicos e empreendedores culturais têm que utilizar estratégias específicas. A cultura é um recurso tanto para estes profissionais individualmente, quanto para a comunidade.