[INTRODUÇÃO] As novas tecnologias relacionadas à Internet, como os sites de “download” de música e os tocadores de música digital no formato MP3, possibilitam a gravação e a reprodução de músicas digitais, de modo gratuito, o que tem impactado negativamente a venda de músicas gravadas nos formatos e suportes tradicionais (CDs e DVDs. Os consumidores têm aderido cada vez mais à prática de “download” gratuito de fonogramas pela Internet, que é considerada pirataria segundo a legislação de direitos autorais e de propriedade industrial vigente. Porém, o acesso a essas tecnologias tem um custo para o público, decorrente da aquisição de computadores e tocadores de música digital, bem como de acesso à Internet e ao conhecimento necessário para o uso desses recursos. Esse custo pode retardar a difusão dessa tecnologia. O objetivo do estudo é o de entender como essas novas tecnologias estão se difundindo e influenciando as práticas de consumo de música por parte dos jovens universitários paulistanos, que tem, provavelmente, maior acesso a essas tecnologias. [METODOLOGIA] O estudo inicia-se com o levantamento, na literatura existente, dos conceitos de tempo livre, lazer, práticas culturais e consumo de música. Em seguida, é feito um levantamento de estudos publicados sobre o lazer dos jovens paulistanos, suas práticas de consumo de música, o mercado de música, os sites de música na Internet e o uso de tocadores de música digital. Desse modo é feito um reconhecimento do universo populacional sobre o qual a pesquisa se aplica e de suas atividades recorrentes mais relevantes para nosso estudo. Esta primeira parte da pesquisa tem caráter de reconhecimento do universo populacional pesquisado. A segunda parte da pesquisa envolve atuação do pesquisador junto a uma amostra do universo pesquisado, por meio da realização de uma pesquisa de campo, envolvendo aplicação de questionários em amostra de cinqüenta alunos, sendo 25 homens e 25 mulheres, de 17 a 24 anos. [RESULTADOS] Os resultados da pesquisa confirmam o interesse dos jovens pelas novas tecnologias relacionadas à Internet e a adoção de novas práticas de consumo de música, baseadas em tecnologia digital, pela conveniência e facilidade de seu acesso e uso. Quanto a copiar música da Internet, houve pequena manifestação explícita dessa prática, visto que 80% declarou não visitar os sites de download. O motivo de não realizá-la não ficou claro, mas sabe-se que  como essa prática não é socialmente aceita, sendo percebida como pirataria, um ato ilegal, a declaração e reconhecimento desta prática não é esperada por parte de jovens esclarecidos, como os entrevistados. Porém, como 54% dos entrevistados possuem um tocador MP3, os mesmos precisam gravar músicas da internet, o que só foi admitido por 6% dos entrevistados. Quanto à presença do tocador de MP3, é nítida sua penetração nas classes mais altas com tendência de aumento, uma vez que 72% dos que não o possuem, o desejam, sendo um objeto de desejo do jovem. Essa penetração com tendência a maior disseminação é fonte de aumento do consumo de música, como observado na pesquisa que depois da aquisição do mesmo, as pessoas confessaram passar a ouvir mais música do que antes. [CONCLUSÃO] Conclui-se que as novas tecnologias digitais têm um impacto cada vez maior no consumo de música pelos jovens, aumentando seu impacto conforme aumenta a renda e o nível educacional do consumidor. A internet, os softwares de download de música e os tocadores MP3 são os principais meios utilizados para consumir música em todos os lugares e a qualquer momento. Por este benefício de conveniência, os tocadores de MP3 têm grande disseminação entre os jovens, sendo o objeto de desejo dos que não o possuem.