REINO, GLÓRIA, OIKONOMIA, REVOLUÇÃO: LEITURA DOS ATOS INSTITUCIONAIS MILITARES E DAS RESPECTIVAS REAÇÕES EM CASOS ABERTOS PELA COMISSÃO DA VERDADE DE SÃO PAULO

Autor(es): 

Bruno Freitas de Carvalho Moreira - Orientador: Prof. Marco Antonio Carvalho Teixeira

Ano: 

2013

Instituição: 

FGV - EAESP

[INTRODUÇÃO] A pesquisa tem caráter exploratório sobre temas caros à interface do Estado brasileiro com sua sociedade civil. Desenvolvo a genealogia de dois conceitos –  dispositivo e máquina – para observar dois dispositivos de governo instituídos durante o regime de 64 no Brasil. São eles: a censura das diversões públicas e a Doutrina de Segurança Nacional. Tendo apresentado as mutações que possibilitaram a continuidade desses dispositivos através da transição para a democracia, mostra-se a Comissão Nacional da Verdade como esperança e frustração frente a uma ruptura real com práticas autoritárias. Essa exploração teórica e histórica me levou a formular hipóteses sobre a estética de nosso Estado, a comunicação política no Brasil e as possibilidade de adensamento democrático, a se aprofundadas em outros trabalhos. [METODOLOGIA] A metodologia partiu de amplo levantamento bibliográfico, terreno para a sedimentação dos dois conceitos estudados. Eles se conectam a uma série de discussões sobre o estado de exceção e a prática política contemporânea, com o apoio de autores como Giorgio Agamben, Foucault, Hegel, Schmitt e Peterson. Sobrepus essas considerações à pesquisa histórica do Brasil durante o regime militar e a transição para a democracia, por meio da apresentação de dois dispositivos. Além disso, ganhei consciência de uma prática de pesquisa social acidental e aleatória, que visa a captar o dinamismo e a diversidade de espaços/realidades do estado social brasileiro. Algo muito próximo às indicações de Peter Spink em O pesquisador conversador. [RESULTADOS] Assim, elenco como resultados da presente pesquisa: o levantamento bibliográfico acerca do estado de exceção, a descoberta de uma chave para a análise da interface entre Estado e sociedade civil (o dispositivo) e percepção de falhas e contradições no processo transicional brasileiro. [CONCLUSÃO] Pontuar estruturas fundamentais do autoritarismo estatal brasileiro sugeriu a mim uma estética do nosso Estado e um estilo de comunicação política que valem um estudo mais profundo, com formulações cujas práticas certamente impactariam no adensamento da democracia brasileira.

Departamento: 

GEP

Anexos: