REDES SOCIAIS E BUROCRACIA

Autor(es): 

Heitor Lucas Maurici Gomes - Orientadora Profª Ana Cristina Braga Martes

Ano: 

2008

Instituição: 

FGV-EAESP

[INTRODUÇÃO] Este estudo busca contribuir com uma construção intelectual de empreendedorismo diferente da abordagem atual, priorizando uma discussão bibliográfica sobre o empreendedorismo e utilizando a abordagem da Sociologia Econômica. A Economia é uma área do conhecimento que possui raízes ligadas às Ciências Sociais. No entanto, no final do século XIX, um novo pensamento econômico apresentaria uma nova forma de encarar a Economia, separando-a dos fenômenos sociais. No século XX, a própria Sociologia se afasta da Economia. É claro que nenhuma das duas áreas renegou uma a outra, mas houve um distanciamento em relação às abordagens de ambas. Mesmo esta cisão não sendo completa, a Economia se tornou uma área do conhecimento de modelos dedutivos, de individualismo metodológico e de racionalidade dos agentes, se afastando ainda mais de suas origens ligada às Ciências Sociais. Esta desconsideração social deu originou a ascensão da chamada Nova Sociologia Econômica. Assim, esta não apenas busca dar um tratamento sociológico às variáveis econômicas, mas também construir uma nova forma de conhecimento a fim de ocupar a lacuna existente entre a Economia e a Sociologia. Pouco tem sido produzido referente ao empreendedorismo tendo como perspectiva o aspecto sociológico. Este tema é mais presente na Teoria da Administração e espera-se com este trabalho incentivar novos estudos, motivar outras pesquisas e contribuir com esta interessante área do conhecimento que é a Sociologia Econômica.   [METODOLOGIA] Análise Documental: leitura de livros, textos, periódicos, notícias exploradas pela mídia e representações que retratam o fenômeno do empreendedorismo sobre a perspectiva da Sociologia Econômica, além de discussões em grupo e reuniões com interessados no tema em questão. [RESULTADOS] O empreendedor é um personagem muito importante na sociedade e no desenvolvimento econômico de um país. Políticas que promovam a ascensão desta figura na sociedade devem vir acompanhadas de uma série de práticas que possibilitem seu êxito: acesso a crédito, educação, investimentos em P&D, incentivos tributários, produções acadêmicas sobre o tema e instituições de apoio ao empreendedor. No entanto, como qualquer política pública a ser desenvolvida, é fundamental respeitar aspectos culturais. De forma acentuada no Brasil, nota-se que, no campo econômico, a ação não é apenas uma função da racionalidade e do utilitarismo. Existem outros fatores que condicionam o modo do agente atuar, como os constrangimentos sociais, a moralidade religiosa, fortemente identificada numa sociedade majoritariamente cristã, entre outros. Em decorrência das dificuldades financeiras de muitas famílias, muitos acabam buscando o empreendedorismo como uma forma de garantir renda, modelo chamado de empreendedorismo por necessidade, que se afasta das características do empreendedor por oportunidade, mais próximo da figura do empreendedor analisado pela sociologia de Joseph Schumpeter. [CONCLUSÃO] No cenário exposto, destaca-se a formação de uma rede de instituições que possibilitem a formação de políticas públicas fomentadas pelo Estado e com a participação da sociedade civil organizada. Uma rede que contemple as diversas práticas necessárias para incentivar o empreendedorismo. Assim, entende-se que esta atuação em rede com uma ação condizente com a cultura brasileira seja a base necessária para se alcançar bons resultados nesta política.

Departamento: 

FSJ

Anexos: