RACIONALIDADE ECONÔMICA, AUTO-INTERESSE E JUSTIÇA EM ADAM SMITH

Autor(es): 

Juliano Borges Simões - Orientador: Prof. Marcos Fernandes Gonçalves da Silva

Ano: 

2002

[INTRODUÇÃO] De acordo com o senso comum, as concepções liberais propõem liberdade para os indivíduos de forma que eles possam agir de acordo com suas vontades: seriam, os indivíduos, livres para escolher seus próprios meios, de forma a atingir seus fins. Aparentemente, essas idéias levariam à desordem, mas Adam Smith mostra-nos o contrário, com seu livro de 1759, “A Teoria dos Sentimentos Morais” (TSM). Trata-se de um tratado de filosofia moral e social, no qual explica que os indivíduos são dominados pelas paixões e instintos de auto-preservação e auto-interesse, porém controlado por valores interiores que aprovam ou desaprovam suas ações, evitando que a liberdade e o auto-interesse joguem os Homens uns contra os outros. Este projeto de pesquisa, portanto, tenta definir os limites do auto-interesse e da competição, dentro de uma economia de mercado, de acordo com uma visão derivada de Adam Smith. Utilizando principalmente a Teoria dos Sentimentos Morais e uma bibliografia adicional, procuramos reconstruir os argumentos de Smith tendo em vista problemas atuais, tais como a redução do papel do Estado, a perda de noção sobre bem-comum e as patologias do excesso de competição no mercado e dentro das organizações. [METODOLOGIA] O trabalho não envolve estudo empírico. Utilizou-se uma reconstrução racional da visão de Smith em a Teoria dos Sentimentos Morais. Procurou-se contrapor esta reconstrução com os argumentos levantados por Fonseca (1994). [RESULTADOS] Os resultados da pesquisa que, como explicitado na metodologia, é teórica, aparecem na conclusão do trabalho. [CONCLUSÃO] Podemos resumir nossas conclusões da forma que segue: i) Dados os Axiomas 1, 2 e 3 e a ROS, podemos concluir que, a leitura de TSM permite-nos derivar princípios básicos referentes ao papel do Estado como segurador social de última instância, prevenindo e remediando as mazelas da fortuna; ii) O Estado deve implementar indiretamente mecanismos que busquem corrigir, em parte, as falhas morais de Mercado; iii) As falhas morais de Mercado são aquelas associadas à anomia, à injustiça distributiva, definida aqui como desigualdade extrema na distribuição das oportunidades; iv) O Estado deve ser agente da benevolência coletiva, dado que somente ele pode olhar da mesma forma aqueles que são inerentemente diferentes, aqueles que olham os próximos e os distantes com as lentes diversas que vão da empatia à simpatia.

Departamento: 

PAE

Anexos: