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[INTRODUÇÃO] Promoção de vendas, na definição de BLATTBERG & NESLIN (1990;1-3), é um evento de marketing focado em ação, cujo propósito é ter impacto direto sobre o comportamento dos clientes de uma empresa. Aí estão presentes quatro componentes básicos, cada qual retratando uma face desse rico e complexo elemento do composto de comunicações de marketing. Nos Estados Unidos, SCHULTZ (1989) assinalava que a pesquisa acadêmica sobre promoção de vendas enfim tornava-se um tópico bem mais visível naqueles anos. Em que pese o espaço de uma década decorrido desde o aparecimento dessa proposta de SCHULTZ (1989), no Brasil parece que as iniciativas acadêmicas de pesquisa contemplando promoção de vendas ainda são poucas e, como tal, insuficientes. Essa carência fica demonstrada pela leitura dos anais da área temática de Marketing do próprio ENANPAD dos anos de 1996 e 1997 (ENCONTRO, 1996; ENCONTRO, 1997). Lá, em que pesem a qualidade das várias dezenas de artigos, não figura nem um trabalho ao menos versando sobre o assunto promoção de vendas. Tal panorama surge como preocupante, pois nesta década a utilização, a relevância e as implicações da promoção de vendas aumentaram de forma marcante. Portanto, impõe-se compreender as atitudes e o comportamento do consumidor brasileiro em relação à promoção de vendas, ademais levando-se em conta que as respostas do mercado às atividades promocionais das empresas podem diferir entre países. [METODOLOGIA] Nesse contexto, foi realizada uma pesquisa empírica com 130 consumidores da cidade São Paulo, tendo por base o estudo nos EUA de LICHTENSTEIN, BURTON & NETEMEYER (1997). [RESULTADOS] e [CONCLUSÃO] Apesar das limitações incidentes, concluiu-se haver na amostra brasileira segmentos de consumidores propensos e não-propensos em geral (considerando 6 tipos de promoção) a participar de promoções de vendas, do mesmo modo como verificado no estudo nos EUA. Cabe haver cuidadoso exame por parte dos profissionais de marketing nas suas realidades específicas de trabalho. Porque muitas empresas podem estar caminhando, como descrito genericamente por ENGEL et. al. (1994), rumo à condição de ofertantes de quase commodities. A séria implicação disso, claro, é que a marca cessa de ser um fator na compra, degenerando a competição mais e mais em preço e promoções de vendas. Eis aí um quadro desafiador para os profissionais de marketing e um campo propício para mais pesquisas.