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[INTRODUÇÃO] Há, na prática, poucos exemplos de cadeias de suprimento realmente integradas. Segundo Tan et al (2002), ainda, não existe uma descrição explícita de suas atividades mais comuns e práticas específicas ou como ela impacta no desempenho de uma organização. Assim sendo, os hospitais brasileiros públicos e particulares em geral caracterizam-se por sua rede de suprimentos ineficiente e pelo mal gasto dos recursos, o que resultaria no encarecimento dos custos hospitalares, de acordo com especialistas do Banco Mundial (BIRD). Vecina e Malik (2007), logo, acreditam que isso ocorre devido à pouca integração dos componentes do setor de saúde. A pesquisa realizada tratou de investigar, assim, quais são as práticas adotadas da Gestão da Cadeia de Suprimentos em hospitais do município de São Paulo, bem como a relação dessas práticas com o desempenho operacional dessas instituições de saúde. [METODOLOGIA] O estudo foi composto por duas partes de análise: uma qualitativa, de modo a identificar as melhores práticas utilizadas por um hospital de referência, e outra quantitativa, analisando a relação das práticas adotadas e o desempenho operacional observado. Dessa forma, enquanto a primeira estruturou-se como um estudo de caso único em um hospital de excelência da cidade de São Paulo (nomeado no estudo como Hospital H), a segunda foi o resultado da aplicação de um questionário em uma amostra de outros hospitais do município. [RESULTADOS] Ao analisar as práticas adotadas pelo Hospital H, observou-se que a padronização dos materiais e produtos (enxugamento do portfólio ao buscar utilizar produtos que possam desempenhar funções de outros produtos) é uma medida bastante utilizada dentro do hospital, pois acarreta em diminuição de custos e simplifica os processos, resultando em maior eficiência nas operações. Ainda, o uso de ferramentas de TI mostrou-se bastante presente no cotidiano do Hospital H, desempenhando um papel importante no compartilhamento de informações internas e na relação com os fornecedores e parceiros. Além disso, outras práticas adotadas pelo hospital foram constatadas, como o uso da Matriz ABCXYZ para o processo de compra da medicamentos, entre outras. Quanto ao resultado da pesquisa quantitativa, foi possível observar que as dimensões de Práticas da GCS Parceria estratégica com o fornecedor e Relacionamento com o clientes são as mais freqüentemente adotadas na amostra obtida, enquanto que as dimensões de melhor desempenho operacional foram a Qualidade e a Entrega, indicando que os hospitais em geral têm atribuído grande importância para tais variáveis. Foi constatado, ainda, que a dimensão Relacionamento com o Cliente é a que mais se correlaciona com as dimensões de desempenho operacional. [CONCLUSÃO] Pôde-se observar, logo, que o fato dos hospitais em geral terem adotado mais as práticas referentes à Parceria estratégica com o fornecedor e ao Relacionamento com o cliente do que aquelas relacionadas ao Compartilhamento e à Qualidade da informação, mostra que eles têm consciência da importância da variável Relacionamento com o Cliente a fim de obter resultados satisfatórios em suas operações. Por outro lado, compartilhamento da informação foi uma dimensão identificada no estudo de caso realizado como um fator de vantagem competitiva que auxilia a gestão da cadeia de suprimentos e deveria, portanto, ser mais incorporada nas práticas adotadas pelos hospitais. As práticas da GCS, pois, apesar de conhecidas, ainda é preciso ser desenvolvidas e difundidas nos hospitais do município de São Paulo de forma estratégica.