PERCEPÇÃO SOBRE PAÍSES ESTRANGEIROS COMO DESTINO PARA INVESTIMENTO: ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE ALUNOS BRASILEIROS E EUROPEUS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

Autor(es): 

Micheli Rogalski - Orientador: Prof. Antonio Gelis Filho

Ano: 

2011

Instituição: 

FGV-EAESP

[INTRODUÇÃO] Após traçar um histórico da função e comportamento do investimento direto estrangeiro a partir dos anos 60, nos deparamos com uma realidade multifacetada, complexa e com muitas oportunidades no cenário mundial.   [OBJETIVOS]  Tendo em vista esse cenário, por meio deste projeto buscamos investigar o que influencia o processo de julgamento e tomada de decisão de se iniciar ou ampliar um negócio em um determinado país. Especial ênfase foi dada na abordagem dos mecanismos baseados na subjetividade, ligados a experiências de afeto e outras emoções. Ou seja, foram abordados estudos e teorias do campo da psicologia e das finanças comportamentais para auxiliar no desenvolvimento de uma nova perspectiva de compreensão do mercado de investimento direto estrangeiro.   [METODOLOGIA] Para auxiliar nessa investigação, realizamos uma pesquisa na qual foram entrevistados 93 estudantes de pós-graduação em Gestão Empresarial matriculados na FGV-EAESP, em São Paulo, e 27 estudantes de Mestrado em Empreendedorismo da Università Commerciale Luigi Bocconi, em Milão, Itália, para investigar suas percepções acerca de 15 países. Tal amostra foi escolhida pelo fato de que são, em média, jovens profissionais que ocupam cargos em empresas nas quais participam do apoio ao processo decisório de investimento, inclusive de investimento em outros países, ou jovens que já possuem um negócio próprio – ou pretendem possuir – e podem decidir ou opinar sobre os rumos deste.   [RESULTADOS] Os dados obtidos nos dois países foram tabulados, analisados com o software estatístico SPSS (IBM®) e comparados utilizando métodos não paramétricos. Por meio dos resultados verificamos que o Brasil possui raízes culturais fortemente ligadas aos países desenvolvidos, principalmente com os países europeus e os Estados Unidos, raízes essas que influenciam de modo substantivo as decisões de investimento. Há, portanto, uma forte variável de racionalidade afetiva presente na possível decisão de investimento dos entrevistados. Além disso, por meio da modelagem das respostas tanto dos estudantes brasileiros, quanto dos italianos, podemos observar que, apesar da diferença entre as médias das respostas, o comportamento das curvas de cada país possuem basicamente a mesma forma. Isso evidencia, com diferentes intensidades, uma certa similaridade no pensamento do que é chamado velho mundo com o pensamento do Brasil, que é um país emergente, no que diz respeito às decisões de investimento.   [CONCLUSÃO] Como principais resultados, pudemos verificar que existe uma correlação negativa e forte, cerca de -0.8, entre percepção de risco político e adequamento para receber investimento direto estrangeiro. Assim, os países percebidos como menos arriscados são os mais propensos a receber investimento direto estrangeiro, segundo os entrevistados. Notou-se também que os países que foram considerados os de menor risco pelos estudantes não são, necessariamente aqueles com quem o Brasil mantém fortes relações comerciais. A correlação, que se supunha ser negativa, é na realidade positiva e muito baixa: 0.352. Os resultados mostram, portanto, que, embora o Brasil faça parte dos BRICs, os jovens administradores brasileiros ainda não tem essa nova mentalidade. Sobrepondo-se às constantes referências aos BRICs como países de importância cada vez maior no cenário mundial, os entrevistados mantem um pensamento de semelhança às velhas potências.

Departamento: 

ADM

Anexos: