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[INTRODUÇÃO] Trata-se de pesquisa acerca do modelo de gestão das Organizações Sociais de Cultura no Estado de São Paulo. A presente pesquisa foi escrita no contexto da consolidação de ações envolvendo a Reforma do Estado, especificamente, a criação das Organizações Sociais. Esta ferramenta da gestão pública introduzida por Bresser Pereira foi considerada excelente por alguns autores e posta em dúvida por outros. O principal objetivo deste trabalho, entretanto, não é apoiar dicotomias, e sim compreender como este modelo está sendo aplicado, bem como seus resultados. Ademais, pelo modelo no âmbito cultural não ter sido amplamente explorado, visou-se contribuir com uma análise de caso relevante. Optou-se pela análise do caso da Pinacoteca do Estado de São Paulo, devido a esta ser uma das principais e mais antigas instituições de cultura do Estado, e uma das primeiras a ter adaptado seu modelo de gestão às Organizações Sociais, e por isso, ser capaz de fornecer as informações necessárias para a pesquisa. [METODOLOGIA] A metodologia utilizada, inicialmente, consistiu na leitura da bibliografia relacionada ao tema para que fosse possível compreender as discussões realizadas por outros autores. Em uma segunda fase, foi criado um quadro de variáveis capaz objetivar os elementos-chave do modelo de Organização Sociais aplicados em âmbito cultural, e assim, analisar o andamento deste na instituição estudada, no caso, a Pinacoteca. As variáveis escolhidas foram: indicadores do contrato de gestão; repasse de verbas; monitoramento; transparência e flexibilidade. Depois desta estruturação, foram feitas pesquisas e entrevistas com autoridades no assunto, inclusive com uma gestora da própria Pinacoteca. A partir das informações obtidas e das variáveis levantadas, fez-se a análise e a conclusão do caso. [RESULTADOS] Os principais resultados obtidos na pesquisa do caso da Pinacoteca demonstram que os indicadores de gestão utilizados no âmbito da cultura ainda precisam ser amadurecidos e adaptados ao contexto em que estão inseridos. E que o monitoramento precisa ser mais fortemente exercido, tanto pelos atores externos responsáveis por este, quanto, internamente, entre a Secretaria e a Instituição Cultural, principalmente com foco na capacitação e no aprendizado existente no modelo. [CONCLUSÃO] Constatou-se durante a pesquisa, que o modelo de gestão das Organizações Sociais de Cultura representou um avanço na gestão dos aparelhos do Estado que desenvolvem atividades culturais, mas que obstáculos inerentes ao contexto da cultura ainda são muitos. Vale ressaltar ainda, a necessidade de integração entre os objetivos e metas superiores das instituições culturais gerenciadas por Organizações Sociais e os objetivos traçados pela Secretaria do Estado, para assim, gerar sinergia entre as ações e aumentar a eficiência das políticas públicas no âmbito cultural.