O CONCEITO DE IDENTIDADE EM ESTUDOS ORGANIZACIONAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SOBRE OS USOS E ORIGENS DO CONCEITO

Autor(es): 

Guilherme Pinho Menezes - Orientadora: Profª Andréa Leite Rodrigues

Ano: 

2009

Instituição: 

FGV-EAESP

[INTRODUÇÃO] O interesse pela questão da identidade surgiu no final da década de 60, com a emergência dos chamados “novos” movimentos sociais. De maneira inédita essa idéia foi evocada pelas minorias oprimidas: feministas, índios, negros, homossexuais, entre outros, se apoiaram na idéia de identidade para reivindicar o direito à diferença. Esses movimentos fomentaram a construção de uma identidade que fosse capaz de defini-los, ou seja, que aproximasse os que se reconhecem como iguais e que se distanciasse da imagem do operário padrão (branco, masculino, americano e sindicalizado). Na academia, o conceito de identidade nunca foi unânime. Diversas áreas do conhecimento, tais como sociologia, psicologia, história, antropologia, direito e filosofia, tentaram dar a sua própria significação ao termo, o que resultou em um conceito guarda-chuva, isto é, que tem diversos significados e pouco consenso entre estes. A proposta deste trabalho, então, foi localizar o conceito de identidade em estudos organizacionais investigando e mapeando as origens e os usos do conceito. [METODOLOGIA] A metodologia adotada foi uma pesquisa bibliográfico-documental que incluiu os trabalhos precursores do estudo da identidade organizacional na sociologia e na psicologia, teorias de identidade social e os principais artigos acadêmicos que tratam de identidade em organizações. Dividimos, então, nossa análise em três níveis: identidade pessoal, social e organizacional. Apesar de separarmos os três níveis de análise da identidade ressaltamos que esses níveis estão em constante interação. [RESULTADOS] A partir das diversas linhas de pesquisa que tivemos contato, pudemos constatar que a identidade organizacional induz e direciona interpretações, emoções e ações das pessoas. Ela fornece linhas-guia para o comportamento do indivíduo em sociedade. Além disso, é responsável por reproduzir toda uma ordem social, pois os indivíduos que passam pelos processos de identificação, espelham em si mesmo o comportamento dos outros para serem categorizados como iguais. [CONCLUSÃO] A vida humana nas organizações pode ser mais bem compreendida por meio dos conceitos de identidade. Uma interpretação crítica deste conceito nos permite enxergar como as organizações moldam as identidades pessoais dos indivíduos que nela trabalham para servirem aos seus propósitos. Uma sedução por meio da identificação com a imagem da organização é uma das maneiras sutis de transformar os trabalhadores em defensores ferrenhos das finalidades das organizações. O indivíduo, quando se identifica fortemente com uma organização, acaba idealizando-a. Ele a toma como algo perfeito, e não enxerga as suas deficiências e os males que esta possa estar lhe trazendo. Ele esvazia sua identidade pessoal e abre caminho para a livre influência da identidade organizacional no seu “eu”. Desse modo, os valores organizacionais são incorporados na pessoa sem nenhum tipo de resistência. A identidade organizacional engloba todas as outras que possam existir dentro do sujeito, tornando-o um mero reflexo da imagem da organização.

Departamento: 

ADM

Anexos: