MICRO-CRÉDITO: FERRAMENTA DE ERRADICAÇÃO DA POBREZA E IMPULSO PARA O DESENVOLVIMENTO DA MULHER

Autor(es): 

Marcela Árvai Pereira - Orientador: Prof. Luiz Carlos Merege

Ano: 

2003

[INTRODUÇÃO] Esta é urna tentativa de analisar a importância da gestão do conhecimento, o aspecto cultural, o papel da mulher e a questão de igualdade do gênero em um Banco do Povo e as propostas socioeconômicas e administrativas do micro-crédito como urna possível alternativa de gestão. Inova-se, principalmente, na forma de administração de recursos e na maneira como o processo é autogerido. Cabe ressaltar, que viso apenas mostrar um caso particular e a sincronia entre os fatores antes citados, sem nenhuma pretensão de soluções conclusivas a questões tão amplas e complexas, mas sim de sugerir urna reflexão sobre o tema tratado. [METODOLOGIA] Este trabalho consiste em urna análise de aspectos que se interagem. Segundo a metodologia de Descartes, a busca da verdade é baseada no método cartesiano e para a conquista desta é necessário decompor as partes constituintes do problema em preceitos que dão suporte a esse objetivo, ou seja, reparte, analisa e recompõe. Primeiramente levanto as principais questões que abordam esta pesquisa. Em seguida, seguem os temas Cultura, Micro-crédito, Inovação em Gestão, Assimetria do Gênero e Educação da Mulher, nos quais eu tento analisar a importância de cada um desses aspectos dentro do escopo deste trabalho, e por fim, nas Considerações Finais, entrelaçá-los entre si. Além disto, outra metodologia utilizada é um estudo de caso, sobre o Banco do Povo, Santo André, com referencial comparativo ao caso do Banco Grameen, Bangladesh. Vale sublinhar, que o estudo de caso é urna maneira simples de se obter qualitativos de qualidade, mesmo que sem valor conclusivo aplicativo. [RESULTADOS] As discrepâncias sociais são evidentes e injustas. Necessita-se a adoção de medidas a fim de melhorarmos, mesmo que aos poucos, a situação atual. Assim, o micro-crédito aparece como urna excelente ferramenta para erradicação da pobreza, ou em um primeiro momento, para a redução da mesma. Felizmente, após esta pesquisa, a mensagem que fica é simples: é possível. Existem exemplos espalhados pelo mundo, a experiência do Banco Grameen em Bangladesh, por exemplo, assim como pelo país, como o Banco do Povo de Santo André, que comprovam esta afirmativa, e salvo as divergências, cada urna funciona na sua realidade, para a sua realidade. Sendo assim, disponibiliza-se micro-crédito para a mulher e/ou mãe. Esta, por sua vez, utiliza-o para seu desenvolvimento (crédito produtivo) com assistência da organização a qual cedeu o crédito. Após urna melhora econômica, esta tem a possibilidade de impulsionar o seu desenvolvimento. Educando-se a mãe, os filhos também são educados e assim temos a mulher como multiplicadora do conhecimento. Como resultado final daquele micro-crédito, não temos apenas um grupo de mulheres em melhor situação sócio-econômica, mais sim, várias famílias. No final, a cultura não neutraliza a aplicação de tais programas, urna vez que, como dito anteriormente, os programas têm levado em consideração a realidade a qual estão inseridos, e adaptando o necessário para obtenção de sucesso ao fim do processo. [CONCLUSÃO] Que pobreza, educação, o papel da mulher e disponibilidade de crédito são relevantes, é indiscutível. Cabe justificar a relação dos temas entre si. A inserção social mais do que "estar na moda", exige iniciativa, senão continuaremos a ser apenas um carrossel: no sobe e desce dos cavalinhos, com todos os indivíduos que estão montados em seus cavalos, sorrindo, com urna bela música de fundo, mas que na realidade, não consegue sair do lugar, pois só sabe andar em círculos.

Departamento: 

PAE

Anexos: