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[INTRODUÇÃO] O presente trabalho tem como objetivo descrever e comparar como a exposição ao risco político de empresas petroleiras internacionalizadas tem variado nos últimos 20 anos. Como o petróleo é um recurso escasso e está disponível para extração somente em determinadas regiões do mundo, as empresas se deparam com uma menor liberdade de escolha a respeito dos países onde iniciarão novas operações, em comparação com empresas que atuam em outros setores. Duas hipóteses foram formuladas: 1. “O valor médio da exposição ao risco político enfrentado pelas empresas analisadas aumentou na segunda metade do período de tempo analisado, quando comparado à primeira metade”; 2. “A Petrobrás enfrenta um risco político maior do aquele enfrentado por empresas petroleiras dos EUA e da União Européia”. [METODOLOGIA] Para verificar as duas hipóteses, o trabalho se dividiu em três etapas principais: a primeira consistiu na montagem de uma base de dados com uma grande amostra de decisões de internacionalização de empresas petroleiras, com dados como o país de origem da empresa, o país destino do investimento e os anos em que as operações estiveram vigentes. A segunda etapa consistiu em criar um índice para medir qual o risco político que cada país que foi destino de internacionalização de empresas petroleiras apresentou em cada um dos anos analisados, utilizando medidas de risco político anuais publicadas por organizações internacionais. A terceira e última etapa tratou do cruzamento dos dados da primeira e segunda etapas: ela deu origem a uma planilha que mostra todas as decisões de internacionalização das empresas petroleiras, agrupadas por país de origem (ou seja, o país que realiza o investimento), com os respectivos anos nos quais a empresa operou nos países-destino, e quanto era o índice de risco que cada país-destino apresentava em cada ano. [RESULTADOS] A análise estatística mostrou que as duas hipóteses apresentadas não se confirmaram. O valor médio de exposição ao risco político de um modo geral diminuiu entre 2000 e 2009, quando comparado com 1990 a 1999. E empresas do Brasil (especificamente a Petrobrás) também não enfrentam um risco político maior do que empresas provenientes dos Estados Unidos e União Européia. [CONCLUSÃO] Mesmo em países cuja situação política atual pode se mostrar mais crítica como os países do Oriente Médio, o risco político de maneira geral diminuiu na segunda metade do período analisado. O motivo pelo qual a primeira hipótese parecia fazer sentido é que certos grupos de países poderiam fazer mais pressão para que no geral a tendência global fosse um aumento do risco político, mas esse argumento não é válido pois mesmo analisando grupos de países separadamente, a tendência decrescente ainda é verificada. Já para o caso da Petrobrás, na segunda hipótese, foi verificado que as empresas americanas e as de alguns países da União Europeia se internacionalizaram para países mais arriscados de um modo geral, assumindo assim mais riscos do que o Brasil. Isso se explica pelo fato de as maiores empresas destes países possuírem uma gama de operações internacionais muito mais extensa do que a Petrobrás, estando em todos os lugares que esta última está e tendo explorado também lugares diferentes.