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[INTRODUÇÃO] O desenvolvimento da indústria de fundos de investimentos brasileiros nas últimas décadas é notável. Em 2012, existiam no País 12.769 fundos, de diferentes tipos, sendo uma das principais formas de captação e investimento de recursos. Ainda assim, com tamanha quantidade, diversidade e importância, não existem opções sólidas de fundos compostos majoritariamente por médias empresas. Este estudo apresenta um panorama das médias empresas nos fundos de investimentos brasileiros, analisando qual o comportamento de instituições financeiras em relação a esse tipo de empresa em se tratando da administração de fundos de investimentos. [METODOLOGIA] O estudo inicialmente classificava as médias empresas segundo o critério de Brau e Fawcett (2006) e Steffen e Mesquita (2012), porém a seleção de empresas segundo esse critério é limitada, devido à baixa quantidade de médias empresas de capital aberto no País. Assim, estendeu-se a classificação em seis diferentes grupos. A partir desta, uma extensa coleta de dados e análise dos detentores de ações dessas empresas foi feita para possibilitar uma análise em duas frentes, quantitativa e qualitativa. Na análise quantitativa, foi feita uma regressão múltipla na qual o número de investidores é a variável dependente e nove variáveis são independentes, estas ligadas a tradicionais teorias em finanças ou à participação das empresas em indicadores. Na análise qualitativa, foram analisados três grupos de instituições financeiras segundo seu comportamento em relação ao objeto de estudo, de modo a encontrar padrões nos investimentos e compreender aspectos qualitativos das instituições que investem ou não em médias empresas brasileiras. [RESULTADOS] Os resultados encontrados nas duas fases do estudo se complementaram de modo a possibilitar a conclusão da pesquisa. Na análise quantitativa, pudemos notar que as empresas que compõem o índice Ibovespa atraem mais investidores do que as dos demais grupos. Foi possível notar, ainda, que os fundos que mais investem nas médias empresas são os de tipo small caps e quais as instituições financeiras que mais investem nas empresas analisadas. Na análise qualitativa, pudemos observar comportamentos semelhantes em três grupos de instituições. As grandes instituições financeiras, em geral, investem pouco nas médias empresas e, se o fazem, é em empresas mais consolidadas que compõem o índice Ibovespa. Os principais investidores de médias empresas são assets independentes que adotam estratégias de value investing em seus investimentos. [CONCLUSÃO] As opções de médias empresas para as gestoras ainda são bastante limitadas e as opções existentes são pouco consideradas pelas grandes instituições. Assim, a hipótese de que as médias empresas não atraem investidores é aderente ao grupo de grandes instituições financeiras, enquanto a hipótese de que há falta de opções no mercado é mais aderente às assets independentes.