[INTRODUÇÃO] Esta pesquisa busca analisar se a participação minoritária do Governo brasileiro afeta, de alguma forma, o destino escolhido por empresas brasileiras ao se internacionalizarem. Diante da onda de internacionalização das empresas brasileiras, que se expandiu na década de 90, a busca por mercados consumidores, redução de custos e acompanhamento da economia de países centrais se constituíram grandes impulsores. Assim, diante de uma realidade expansionista, o governo brasileiro passou a intervir legalmente sobre o processo de internacionalização, direta ou indiretamente. É instigante compreender, então, neste cenário de integração global as relações entre empresas e seus home e host countries. [METODOLOGIA] A partir de uma base de dados desenvolvida neste estudo, que continha dados de participação minoritária governamental e destino de 45 empresas brasileiras que adquiriram negócios no exterior entre 2003 e 2010, foi realizada uma análise qualitativa. Esta, sob um método indutivo, permitiu a formulação de proposições sobre as razões de empresas com participação política se internacionalizarem para regiões geográficas diferentes das empresas que não a possuíam. [RESULTADOS] A partir da análise de dados quantitativos e qualitativos, observou-se que as empresas brasileiras que possuem participação minoritária governamental tendem a se expandir para maior número de países que aquelas que não a possuem. Além disso, comparando as amostras estudadas observou-se também que as empresas com a participação tendiam a ir para os Estados Unidos e, no geral, assumir mais riscos, enquanto as empresas sem a participação governamental tendiam a se expandir mais na América do Sul e na Europa, sendo mais conservadoras. [CONCLUSÃO] A partir dos resultados encontrados foram feitas proposições acerca das motivações que impulsionariam essa diferença entre processos de internacionalização de empresas brasileiras com ou sem participação minoritária governamental. Dentre as proposições enfatizam-se os conceitos de distância psíquica e o de acordos intergovernamentais, de modo que apesar de serem apenas proposições são importantes para o melhor conhecimento das estratégias de algumas empresas.