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[INTRODUÇÃO] Ano após ano, vultosas quantias em estratégias de marketing são gastas pelos grandes laboratórios farmacêuticos em vista a aumentar as vendas de seus medicamentos, em um cenário cada vez mais acirrado e regulamentado. Essas estratégias diversificam-se desde a utilização de anúncios e propagandas na mídia aberta até relações estreitadas entre representantes das empresas de medicamentos e os médicos que os prescrevem, uma política muito questionada e debatida por toda a sociedade. Esse contexto levou a este estudo objetivar-se em verificar quais as estratégias adotadas pelos laboratórios e a sua particular influência sobre a classe médica, avaliando a ocorrência ou não de fidelização dos profissionais da saúde por determinadas marcas. Para tal, este trabalho foi aprimorado por diversas entrevistas colhidas junto aos principais agentes desse mercado, enfocando aos médicos. [METODOLOGIA] O projeto dividiu-se em quatro grandes fases e utilizou de modelo já existente para orientar as suas análises. A primeira fase baseou-se na pesquisa exploratória qualitativa em profundidade, na qual foram entrevistados representantes de laboratórios farmacêuticos, médicos de diversas especialidades, farmacêuticos, balconistas e clientes de farmácia. A segunda fase consistiu na análise de conteúdo, confrontando-o com a literatura, e na determinação ou confirmação das variáveis dependentes e independentes que foram trabalhadas neste projeto. Na terceira fase, foi elaborado questionário fechado para aplicação em uma amostra de médicos que resultou nas análises quantitativas da última fase. [RESULTADOS] Os públicos entrevistados divergem entre si em relação às práticas de marketing dos laboratórios e estas têm efeitos diversos que podem ou não ser relevantes de acordo com cada perfil, mas é inegável que as empresas têm influência sobre o receituário médico. [CONCLUSÃO] Os representantes farmacêuticos são hoje os grandes informantes da classe médica quanto à atualização das drogas e tratamentos sobre novas doenças, o que torna o médico “semi-dependente” destas visitas propagandistas, mas o advento do medicamento genérico pode exigir um reposicionamento dos grandes laboratórios, já que uma nova carga de “pressão moral” da opinião pública pode alterar a dinâmica do mercado.