A GESTÃO DA EDUCAÇÃO NAS ESCOLAS TÉCNICAS: O CENTRO PAULA SOUZA

Autor(es): 

Luisa Kimie Tagusagawa - Orientador: Prof. Fernando Luiz Abrucio

Ano: 

2014

Instituição: 

FGV-EAESP

[INTRODUÇÃO] No Brasil, a área educacional vem trabalhando uma série de questões e, entre elas, resolvemos abordar o ensino médio. Isso porque, de todas as etapas do ciclo básico, é nela que se tem o maior percentual de abandono dos estudos, sendo a falta de interesse pela escola o maior motivo de evasão. Então, para explorar diferentes visões e possíveis alternativas para as políticas educacionais, buscou-se compreender o papel que a cultura da rede de escolas técnicas estaduais (ETECs), assim como a cultura da autarquia que a gere, o Centro Paula Souza (CPS), tem sobre o desempenho dos alunos. Afinal, como a cultura de uma rede de ensino e de uma escola particular pode influenciar o desempenho de seus estudantes? [METODOLOGIA] Foram utilizados nessa pesquisa métodos quantitativos e qualitativos. Para mensurar o desempenho das escolas, foram feitas análises estatísticas utilizando como referências informações originárias do ENEM e do exame prestado para ingresso nas ETECs, o vestibulinho. A partir das análises quantitativas, foram escolhidas quatro escolas, nas quais foram entrevistadas as diretoras e outras pessoas que se disponibilizassem, de professores e alunos a coordenadoras pedagógicas. Além dessas entrevistas, também foram realizadas outras na sede do CPS, com gestores da autarquia. [RESULTADOS] Foi possível constatar que a questão cultural está relacionada a alguns itens: (1) o tempo de existência da escola e os cursos que foram implantados ao longo desse período, (2) o momento em que ela passa a ser parte da rede do CPS, (3) a região na qual se encontra e sua acessibilidade, (4) os diferentes perfis de alunos e (5) o entendimento do corpo docente e da direção acerca das missões do CPS e da escola e o reflexo dessa compreensão no cotidiano. Além disso, a política pública de educação técnica veio passando por muitas mudanças, entre elas a expansão da rede, a mudança de um ensino médio separado do técnico a um ensino médio integrado ao técnico, todas elas acompanhadas por percepções diversas, apoios e resistências, que foram trabalhadas e trazem alguns dos embates entre diferentes culturas de uma organização. [CONCLUSÃO] Constatamos que o alinhamento entre a administração e as escolas é existente e tem papel essencial para assegurar que haja alguma homogeneidade entre os serviços prestados na rede. Mas a aplicação de instrumentos de gestão e processos deve estar inserida em um contexto transparente para que se torne efetiva. A relação entre a administração e as escolas se restringe a algumas frentes, como aquilo que só pode ser definido pelo CPS e o que só pode ser proposto pela escola, a exemplo do desenho de projetos a serem desenvolvidos ao longo do período letivo. E é a partir da combinação entre controle e autonomia que a rede se consolida, construída com base em resistências, concordâncias e imposições.

Departamento: 

GEP

Anexos: