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[INTRODUÇÃO] As atividades desenvolvidas por Instituições Financeiras envolvem inúmeros riscos, tais como: risco de mercado, de crédito e operacional. Entretanto, muitos gestores financeiros de tais Instituições brasileiras têm dificuldades em identificar, mensurar e administrar esses riscos. Constatando que a mensuração dos riscos de mercado é um dos processos que costuma suscitar mais dúvidas e controvérsias entre esses profissionais do mercado financeiro, buscamos, nessa pesquisa, analisar e contrapor diferentes metodologias capazes de quantificar tais riscos - identificando vantagens e desvantagens das mesmas. [METODOLOGIA] Inicialmente, no intuito de apreender a realidade das Instituições Financeiras Brasileiras em termos do Gerenciamento do Risco de Mercado de suas posições (ativos e passivos), realizamos várias entrevistas com profissionais da área e procedemos a uma extensa pesquisa bibliográfica. Analisamos e testamos os modelos teóricos pesquisados (utilizando séries históricas e dados reais, de mercado), bem como contrapusemos as diferenças numéricas encontradas. Nesse estudo, focalizamos a identificação das adaptações metodológicas necessárias ao contexto brasileiro. Ou seja, dado que, quase todas as Instituições pesquisadas haviam desenvolvido seus modelos de mensuração partindo de conceitos incluídos no RiskMetrics (benchmark americano, elaborado pelo JP Morgan), centramos nossa pesquisa na análise desses conceitos e das adaptações: que aqueles necessitariam para contemplar as operações realizadas no mercado financeiro brasileiro. [RESULTADOS] Percebemos, no decorrer da pesquisa, que não havia qualquer consenso entre os risk managers brasileiros. Alguns (principalmente de Tesourarias de Bancos) adotavam o Modelo do VaR (grande "vedete" dos administradores de risco e introduzido oficialmente pelo RiskMetrics), inclusive com algumas simplificações, e estavam satisfeitos com os resultados obtidos. Outros, porém, (normalmente administradores de Fundos de Investimento) julgavam que tal metodologia produzia resultados pouco confiáveis - porque, por exemplo, pressupõe a distribuição normal dos retornos logarítmicos, o que não se verifica no Brasil, e implica em inúmeras aproximações. Esses últimos, então, haviam partido para modelos matemáticos e estatísticos mais complexos, contemplando séries de retornos não paramétricas e com distribuições "anômalas". Tais modelos são apenas relatados em - nossa pesquisa, porque não dispúnhamos de tempo suficiente para explorá-los em profundidade. [CONCLUSÃO] Consideramos que nossa pesquisa traz contribuições importantes. Em termos acadêmicos, comprova que, em se tratando de Gerenciamento de Risco, há um vasto campo de pesquisa pouco explorado no Brasil. Para o mercado financeiro, demonstra que há muito o que evoluir, até que se encontrem metodologias de mensuração de risco que produzam resultados confiáveis, e que se compreenda e estruture todo o processo de gerenciar riscos - o que vai muito além de apenas mensurá-los. E, para nós, instiga nossa curiosidade e nosso desejo de ampliar e aprofundar o tema pesquisado. Porque percebemos que, após um ano de trabalho, restaram inúmeros pontos a explorar - como, por exemplo, as diversas metodologias que não pressupõem a distribuição normal dos retornos e se prestam à mensuração do risco de posições com renda variável. E é por aí que pretendemos trilhar na continuidade desta pesquisa - talvez até em um MBA.