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[INTRODUÇÃO] Num mundo onde a competitividade cresce lado a lado com exigências de qualidade, as organizações buscam novas estratégias para o seu sucesso. Com esta pesquisa, pretendia-se aprofundar o estudo da questão ética nas organizações, enfatizando as relações humanas presentes e os efeitos advindos do trabalho em equipe. [METODOLOGIAI A primeira etapa consistiu na revisão bibliográfica e elaboração e aplicação de 200 questionários a estudantes do curso de MBA e CEAG com uma subdivisão de áreas de atuação (indústria e não-indústria). 0 questionário foi baseado no Modelo de Estágios de Desenvolvimento Moral Organizacional, que classifica os estágios das organizações em: Amoral, Responsável, Quase Ética e Ética. [RESULTADOS] 0 questionário visava medir quantitativamente as hipóteses da pesquisa e o clima ético das organizações no Brasil. Dos 200 inquiridos, 93 pertenciam à área industrial e 107 à área não-industrial entre financeira, bancária, serviços e outros. Medindo o clima ético das empresas, na variável chaves para o sucesso, 59% mostraram que suas organizações se enquadram no grupo Amoral. Portanto, elas optam por uma contabilização ou previsão de uma verba para cobrir eventuais penalizações por prática de atitudes antiéticas; conscientemente, ou de forma premeditada, praticam atitudes contra a moral na perspectiva de indenizar ou negociar. 14% enquadram-se no grupo de Organização Responsável (aquela que, ao estabelecer os seus objetivos e metas, prevê um compromisso com a questão social da comunidade na qual se insere); 15% enquadram-se no estágio de Organização Quase Ética (este estágio é como se fosse uma fase de transição para a Empresa Ética, um estágio de reestruturação, de definição de novas estratégias, é o nível mais avançado do desenvolvimento moral organizacional antes de ser uma empresa ética); 12% enquadram-se no Estágio de Empresa Ética (esta é a escala máxima da hierarquia do modelo de desenvolvimento da moral das organizações). Sobre as relações humanas e efeitos decorrentes do trabalho em equipe, os resultados foram colhidos com base nas hipóteses previamente estabelecidas no projeto de pesquisa: quanto à Hipótese 1: se a amizade pessoal é usada como critério principal para o sucesso, os funcionários consideram o processo injusto - 71 % dos inquiridos concordaram com esta afirmativa; não foi possível avaliar a Hipótese 2: que questiona a existência de uma incoerência ética quando o uso das horas de lazer é determinante para o sucesso; Hipótese 3: quando responsabilidades são arbitrariamente atribuídas, as pessoas se sentem injustamente reduzidas ao seu nível de rendimento - 47% dos inquiridos concordaram; Hipótese 4: se, nas relações de trabalho, as pessoas ascendem profissionalmente por caminhos nem sempre éticos - 40% dos inquiridos concordaram; Hipótese 5: se a legitimidade dos líderes compromete-se a partir da aceitação de sistemas antiéticos vigentes na organização - 55% dos inquiridos concordaram; Hipótese 6: se os funcionários não sabem se devem agir conforme a Ética *ou de acordo com padrões antiéticos vigentes na empresa - 53% concordaram. [CONCLUSÃO] Da bibliografia consultada, sobre ética empresarial, verificou-se que 95% da literatura adota a linha Contratualista ou Utilitarista, o que, a princípio, leva-nos à conclusão de que as empresas também agem nesta ótica. O Contratualismo pressupõe que as relações na sociedade e nas empresas são regidas com base num contrato social. Somente é válido o que for acordado entre as partes. Somente 12% das empresas já chegaram ao estágio de Empresa Ética, segundo a pesquisa. O grande número de empresas concentra-se no grupo amoral (59%). Neste grupo, existe uma grande oportunidade para consultoria e treinamento em ética, principal propósito desta pesquisa. Observou-se, também, que a aplicação do questionário como método único de pesquisa não permitiu uma avaliação satisfatória devido à diferente interpretação do inquirido. Sugere-se, como continuidade deste trabalho, um enriquecimento dos dados com entrevistas.