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[INTRODUÇÃO] Ao longo dos anos 80 e 90, o Brasil, a Argentina, O México e O Chile apresentaram políticas macroeconômicas diversas. As diferentes política macroeconômicas refletem a forma como cada um desses países assimilou as diretrizes ortodoxas do FMI e do Banco Mundial para os países em desenvolvimento, o chamado “Consenso de Washington”. O México e a Argentina adotaram as diretrizes de forma mais aberta que o Brasil e o Chile e, no entanto, obtiveram resultados comparativamente menos favoráveis. No caso chileno, o interesse é grande, pois esse país, devido a condições históricas próprias, implementou as diretrizes ortodoxas já na década de 70 e, portanto, antes da formalização do “Consenso de Washington”, servindo de exemplo para os outros. [METODOLOGIA] O trabalho é baseado em uma pesquisa bibliográfica reunindo trabalhos de economistas que estudaram o tema e confrontando suas análises. O principal material de trabalho, e que é a linha condutora deste, é o livro Monetarismo y liberalización: el experimento chileno, de Sebastián Edwards, que fornece uma análise bastante detalhada dos fatos econômicos do período estudado. A preocupação então é apontar as consistências e inconsistências identificadas nas atitudes políticas em relação aos modelos econômicos teóricos, tendo em vista que, ideologicamente, há uma tendência em distinguir modelos de atuação governamental “ativa” e atuação governamental, “passiva”. [RESULTADOS] O estudo bibliográfico permitiu identificar os fatos econômicos relevantes para uma análise do comportamento das variáveis macroeconômicas. Os trabalhos utilizados também apresentam interpretações diferenciadas que enriquecem o processo de compreensão das contraposições possíveis dos fatos aos modelos teóricos. A disponibilidade maior de trabalhos que versam sobre o período de 10 anos a partir do golpe militar de 1973 direcionou a pesquisa para uma concentração do estudo nesse período, apesar do título do presente projeto de pesquisa. Isso se explica pelo fato de que o Chile mudou sua perspectiva em relação aos modelos estruturalistas das décadas anteriores antes dos outros países da América Latina. Sobre os anos mais recentes, limita-se a uma análise mais superficial. [CONCLUSÕES] Quando se fala em conclusões em economia, há 18 que atentar ao fato de que elas podem ser formuladas de um ponto de vista positivo e de outro normativo. Neste trabalho mostra-se como, do ponto de vista positivo, as políticas ortodoxas chilenas apresentaram resultados favoráveis em termos da modificação de estruturas vigentes na economia chilena, mas deixaram a desejar quanto aos seus objetivos. O enfoque ortodoxo teve, inclusive, que ser abandonado a partir de um certo momento. Isso se deveu a inconsistências dentro dos próprios modelos utilizados e a utilização de modelos que não levaram em conta certas características institucionais do país. No aspecto normativo, o ajuste acabou provocando um aumento do desemprego e da concentração de renda, que alguns autores apontam como “inevitáveis”.