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[INTRODUÇÃO] O presente trabalho tem como objetivo comparar, empiricamente, os resultados da gestão ativa de uma carteira de ações com uma gestão passiva no mercado brasileiro de ações. Buscou-se verificar, especificamente, se é possível auferir ganhos acima dos obtidos pelo mercado através de uma estratégia de arbitragem baseada no efeito de momentum. Para que isso seja comprovado, os ativos que tiveram uma boa performance no passado devem continuar a apresentar tal performance no futuro. [METODOLOGIA] Para rejeitar ou não a hipótese nula da eficiência de mercado na forma fraca, adotou-se a estratégia empírica usada por Jegadeesh (1993), chamada de J/K, como estratégia principal. Foram coletados os preços históricos das ações que fazem parte, ou que fizeram parte, do Ibovespa de 1998 a 2015. Em cada trimestre t, analisou-se o retorno das ações que compunham o Ibovespa, calculado com base nos J anos anteriores a t, com J igual a 1, 2 e 3. Estes retornos são ranqueados, e com isso são formados em cada trimestre dois portfolios: o primeiro com as ações que obtiveram os melhores retornos (carteira “winners”), e o segundo com as ações que obtiveram os piores (carteira “losers”). Tendo os portfolios sido formados, realizou-se um investimento simulado em cada um por K anos subsequentes, com K igual a 1, 2 e 3. Dessa forma, buscamos verificar a existência, ou não, de forças como momentum ou reverse to the mean. Caso exista a presença da força momentum na maior parte do tempo, obteremos uma boa justificativa que apoia a Análise Técnica, uma vez que a performance do preço passado da ação servirá como um guia para a precificação de preços futuros. [RESULTADOS] Os retornos calculados com base em J igual há 1 ano e 2 anos anteriores ao trimestre analisado, quando projetados por K = 1, evidenciaram a maior presença do efeito momentum, mostrando que as ações que tiveram maiores retornos em 1 e 2 anos anteriores a t, continuaram a gerar bons resultados. Em contrapartida, quando as projeções foram prolongadas para 2 e 3 anos, pôde-se ver que essa tendência diminuiu e o efeito reversão à média se mostrou mais presente. O retorno calculado com base em J igual há 3 anos anterior ao trimestre analisado foi também projetado para períodos de 1, 2 e 3 anos. Contudo, pôde-se ver que durante o primeiro ano de projeção, o efeito momentum se mostra mais intenso que nos dois estudos anteriores e o efeito reversão à média só se mostra mais presente no ano 3. [CONCLUSÃO] Com base na análise de dados e no processo empírico iniciado, foi possível notar retornos superiores ao mercado acionário brasileiro no curto prazo, através de uma gestão ativa da carteira de ações baseadas no efeito de “momentum”. O que evidência, portanto, a ineficiência do mercado e nos conduz a resultados que rejeitam a hipótese da eficiência do mercado em sua forma fraca no mercado acionário brasileiro.