A CRIAÇAO DE VALOR ATRAVÉS DO PROCESSO DE PRIVATIZAÇÃO

Autor(es): 

Guilherme Monteiro Ferreira Paulino - Orientador: Prof. Arthur Ridolfo Neto

Ano: 

1997

[INTRODUÇÃO] Os processos de privatização têm se desenrolado em diversos países, em todo o mundo. Tais processos são impulsionados por se acreditar que a diminuição da participação do Estado no ambiente de decisões empresariais provavelmente culminaria na melhoria do bem estar social. As razões para que se acredite nesta afirmação são, entre outras, a redução da necessidade de endividamento do Estado, permite que este concentre seus esforços e recursos no desenvolvimento de projetos de cunho social, estimula o aumento de ambos, a competição e a competitividade, permite a retomada dos investimentos necessários nestas empresas que foram desestatizadas e contribui decisivamente para o desenvolvimento do mercado de capitais. No entanto, tais alegações não são unânimes e há controvérsias acerca do tema em todo o mundo. Desta forma me dediquei a pesquisar alguns dos mais importantes aspectos da privatização, com o objetivo de obter evidências ou insights sobre a validade de um processo de privatização. [METODOLOGIA] Para tanto iniciei a pesquisa por meio de um estudo detalhado da bibliografia selecionada, para que pudesse ter um embasamento teórico que me permitisse implementar o projeto de pesquisa e julgar os resultados de forma adequada. Os elementos teóricos fundamentais para a análise do processo são descritos na parte inicial da pesquisa. Posteriormente, tomei como exemplo duas empresas que passaram por um processo de privatização, a Usiminas e a Light, sobre as quais desenvolvi uma análise financeira com o objetivo t de observar as principais mudanças ocorridas após a privatização e como tais mudanças criaram valor para o acionista da empresa, se é que isto ocorreu. [RESULTADOS] Pude perceber uma melhora nítida nos aspectos financeiros de ambas as empresas. Tal fato é evidenciado pelo aumento da produtividade, uma otimização da estrutura de capital e a performance geral destas empresas. Portanto foi possível constatar uma maior eficiência interna na empresa, o que em muitos casos representa uma deterioração da eficiência alocativa, o que causa uma externalidade que atinge a população como um todo. Contudo, como reforçado na literatura econômica, não é apropriado que se faça o mesmo tipo de análise para empresas distintas. Por isso escolhi duas empresas de setores distintos, que podem melhor ilustrar este fato. [CONCLUSÃO] A conciliação entre a teoria econômica, notadamente Principal-Agent Theory, questões relacionadas à competição e regulamentação, e os resultados obtidos através da análise financeira das empresas selecionadas, levam à conclusão de que a validade do processo de privatização depende de fatores tais como a maneira como o processo é levado pelo Estado e o setor industrial que está sendo privatizado. No caso da Usiminas a transferência do controle acionário das mãos do governo para o setor privado, provocou um aumento da eficiência interna da empresa sem que a eficiência alocativa no setor siderúrgico fosse significativamente comprometida. Isto se dá devido ao nível de competição relativamente alto deste setor. No entanto, uma empresa monopolista, como é o caso da Light tende a aumentar sua eficiência interna em detrimento da eficiência alocativa, pois não há forças competitivas que forcem a empresa a agir de forma a otimizar a distribuição dos recursos produzidos na economia. Neste último caso o sucesso da privatização depende da regulamentação implementada pelo governo para o setor de atuação da empresa. Também de importância fundamental para se julgar o processo, é a simples transferência do controle acionário das mãos do Governo para o setor privado, pois isto elimina uma ou mais etapas entre o principal e o último agente, o que minimiza o eventual conflito de interesses entre estas duas partes.

Departamento: 

CFC

Anexos: