COALIZÃO EM PROL DA EDUCAÇÃO NO BRASIL: DIAGNÓSTICO E ESTRATÉGIAS DE MUDANÇA

Autor(es): 

Julia Barbosa Brandão - Orientador: Prof. Mario Aquino Alves

Ano: 

2008

[INTRODUÇÃO] Nos anos 1980 surgiram movimentos da sociedade civil que, no processo de luta contra a ditadura militar, reivindicavam novas formas de democracia, que ultrapassassem as fronteiras da representação e garantissem maior participação e deliberação popular no aparelho estatal. Nesse contexto, surgiu a educação democrática que acreditava que a escola deveria ser responsável por uma educação política dos alunos e propiciar espaços para a prática da democracia. Como conseqüência, houve a institucionalização de colegiados e órgãos auxiliares para garantir uma gestão escolar democrática. Esse trabalho teve como objetivos entender (1) quais foram os efeitos da institucionalização da gestão escolar democrática e (2) até que ponto ela é um instrumento eficaz para a aproximação entre escola e comunidade. Para dar mais qualidade à pesquisa, optou-se por fazer um estudo de caso da Escola Estadual Francisco Cristiano Lima de Freitas, tida por alguns como referencia em gestão escolar. [METODOLOGIA] A estratégia de pesquisa seguiu o chamado estudo de caso qualitativo, alicerçado pelos seguintes procedimentos (1) levantamento de informações e dados secundários, que serviram de base para se fazer uma contextualização ampla da situação da educação no país; (2) pesquisa bibliográfico-documental, na qual foram revisados bibliografias e documentos levantados na escola e na Secretaria Estadual de Educação; (3) pesquisa de campo, em que prevaleceram técnicas qualitativas de análise aplicadas por meio de observações diretas e entrevistas do tipo semi-aberto. [RESULTADOS] No estudo de caso constatou-se que a comunidade onde a escola se encontra tem um histórico de reivindicações que, inclusive, determinou a construção daquela escola no bairro. Nela existe Conselho de Escola, Conselho de Classe Participativo e Associação de Pais e Mestres, ou seja, espaços institucionais que buscam garantir a participação dos segmentos escolares na gestão. No entanto, esse contexto favorável não garante a participação efetiva dos funcionários, professores, alunos e pais de alunos. [CONCLUSÃO] Na conclusão, buscou-se mapear as razões que levaram a não-participação da comunidade na escola, dentre elas, motivos internos ao ambiente escolar e outros externos. Os internos são a competência da diretora em gerir de forma responsável e transparente os recursos da escola; o interesse em escutar os segmentos escolares por meio de questionários que são aplicados todo final de bimestre; a falta de tempo para integrar os espaços deliberativos; e o fato de muitos pais não se sentirem capazes de opinar sobre o ambiente escolar. Muitos desses empecilhos à participação desapareceriam caso toda a escola fosse embasada nos princípios da educação democrática, no entanto, a atual política de educação do governo estadual impede que isso aconteça. Essa é, ao meu ver, é a principal razão que leva a não-participação e, além disso, se encontra fora da esfera de poder da escola, ou seja, não pode ser resolvida na unidade escolar.

Departamento: 

ADM

Anexos: