CAPACIDADES CUMULATIVAS ATRAVÉS DA TEORIA DAS RESTRIÇÕES

Autor(es): 

Marcello Henrique Farias - Orientador: Prof. João Mario Csillag

Ano: 

2010

Instituição: 

FGV-EAESP

[INTRODUÇÃO] O gerenciamento de operações deixou de ser excessivamente reativo e operacional e passou a ser um importante aliado ao corpo estratégico empresarial. Sabendo que a estratégia de operações é responsável pelo gerenciamento de recursos escassos e valiosos de uma empresa, diversas pesquisas voltam sua atenção à análise da área sob a ótica da Visão Baseada em Recursos. Essa visão mostra que recursos valiosos, difíceis de imitar e não copiáveis, geram resultados únicos às empresas. A geração desses recursos, no entanto, depende de escolhas de prioridades com as quais uma empresa quer competir. Munida com a visão de Capacidades Cumulativas, uma empresa não precisa estar focada em apenas uma prioridade competitiva, mas pode desenvolver uma sequência de capacidades acumuladas que gere uma surpreendente melhoria de desempenho. Se uma empresa possuir uma sequência consistente de capacidade acumulada maior do que outra terá maiores chances de desenvolver vantagem competitiva sustentável. Visto que uma empresa necessita de uma filosofia de operações para operacionalizar seu dia a dia e sustentar suas estratégias, é de grande interesse saber até que ponto uma filosofia de gestão de operações serve como referência para desenvolver uma sequência consistente de capacidades, assim como qual é a filosofia de operações que mais contribui para esse fim. Com isso, o presente estudo escolheu a Teoria das Restrições (TOC) com o intuito de questionar se empresas podem vir a desenvolver sequências mais consistentes de capacidades cumulativas em suas prioridades competitivas do que outras que utilizam quaisquer outras filosofias de gestão operacional. [METODOLOGIA] Para tentar compreender este fenômeno o método de pesquisa escolhido foi o estudo de múltiplos casos. Entrevistou-se quatro empresas, duas adotantes de TOC e duas não adotantes de TOC, comparando suas características, seus indicadores de desempenho e suas sequências de capacidades. A técnica utilizada para coleta de dados consistiu em roteiros padronizados e semi-estruturados que foi aplicado da mesma forma para todas as amostras do estudo. [RESULTADOS] O estudo evidenciou a importância da preparação das empresas para lidar com externalidades (através de competências internas (VBR); Corroborou o que o estudo de Flynn e Flynn (2004) afirma sobre a existência de alternativos modelos de desenvolvimento de sequência de capacidades cumulativas devido a exigências de mercado onde as indústrias estão instaladas; Encontrou um possível modelo padrão de desenvolvimento de sequência de capacidades para indústrias de inovação lenta no mercado brasileiro; Observou que a TOC pode auxiliar na definição de consistentes sequências de capacidades, que podem levar a vantagens competitivas duradouras; Discutiu sobre a utilização do World Class Manufacturing (Flynn et al., 1997), que aliado a TOC em suas operações, pode, também, levar a seqüências consistentes de capacidades. [CONCLUSÃO] O objetivo inicial foi parcialmente concretizado, pois verificou-se que as empresas adotantes de TOC utilizavam-na apenas como uma ferramenta operacional e não como filosofia de operação que apoiava sua estratégia, que somado com outras filosofias de gestão de operações (lean, TQM, 6 sigmas) conseguiam melhorar os resultados dos indicadores que representam o alcance de suas respectivas metas. Concluiu-se, portanto, que há indícios de que empresas que utilizam a TOC em suas operações agregada a outras filosofias de gestão de operações (nesse caso, Lean e 6 sigmas), formando uma filosofia de World Class Manufacturing, podem vir a desenvolver sequências consistentes de capacidades cumulativas.

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