BANCOS DE INVESTIMENTOS: A REAÇÃO PÓS-CRISE

Autor(es): 

Vinícius Medice Nishide - Orientador: Prof. William Eid Jr.

Ano: 

2011

Instituição: 

FGV-EAESP

[INTRODUÇÃO] A crise financeira de 2008 se deu por uma continuidade da bolha da internet ocorrida em 2001. Após tal bolha, o Governo Norte-Americano reduziu a taxa básica de juros a fim de estimular a economia e passou a incentivar a população a investir em imóveis, o que no decorrer dos anos gerou a crise financeira de 2008, que se deu pela supervalorização dos imóveis e aos calotes às hipotecas devido ao aumento da taxa de juros no decorrer do tempo. Dessa forma, os bancos de investimentos que estavam envolvidos com a emissão de títulos podres ligados ao subprime foram negativamente afetados pela crise.   [OBJETIVOS] Tendo em vista as conseqüências da crise para os bancos de investimentos nos Estados Unidos, o presente trabalho tem como objetivo avaliar como os bancos de investimentos estrangeiros com atuação no Brasil foram afetados pela crise financeira de 2008 e avaliar suas principais estratégias tanto no curto prazo quanto no longo prazo.     [METODOLOGIA] No primeiro momento foram realizadas leituras relacionadas a artigos sobre a crise financeira de 2008 a fim de aperfeiçoar o entendimento sobre o processo que levou à crise e suas eventuais conseqüências para a economia. Dessa forma, foi possível elaborar o questionário que, posteriormente, foi aplicado em entrevistas tanto pessoais quanto eletrônicas com gestores de bancos de investimentos internacionais que atuam no Brasil.   [RESULTADOS] As entrevistas realizadas com gestores de três bancos de investimentos indicaram que todos sentiram o impacto da crise por meio da redução do número de negócios, uma vez que o mercado assumiu posições mais conservadoras. No entanto, as transações financeiras que levaram os investidores brasileiros a vender as ações mais afetadas pela crise que compunham sua carteira e a comprar ações mais seguras geraram altas receitas para tais bancos por meio de taxas de corretagem.    [CONCLUSÃO] Apesar do alto ganho com custos de transação, o período de curto prazo pós-crise financeira foi dramático para alguns bancos de investimento estrangeiros com atuação no Brasil, tendo em vista as dificuldades enfrentadas por suas matrizes e pela queda de liquidez no mercado internacional. Principalmente as matrizes que se alavancaram muito acabaram por gerar incertezas sobre as operações de suas filiais. O que se pode aferir a cerca das estratégias dos bancos de investimentos no pós-crise é que houve um avanço na maturidade dado o aprendizado obtido pelo susto que a crise financeira propiciou. Nesse sentido, as estratégias que têm sido utilizadas estão ligadas à prevenção contra possíveis crises futuras, ou seja, seguir as ordens provenientes das matrizes, mas se precavendo contra eventuais problemas de liquidez. Tal estratégia está voltada em manter reservas mínimas de liquidez na forma de caixa e aumentar o percentual de investimentos em títulos de dívida pública, de forma que os bancos consigam passar por momentos difíceis sem riscos tão altos como os que foram observados na crise do subprime. Apesar de identificada a estratégia de curto prazo, no longo prazo se observa que o mercado é quem desafia como se dará a atuação dos bancos, de forma que os mesmos agem de acordo com o surgimento da demanda.  

Departamento: 

CFC

Anexos: