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[INTRODUÇÃO] O crescimento do setor automobilístico em países desenvolvidos tem-se mostrado lento devido à forte penetração já existente neles, restando às montadoras buscar altas taxas de expansão e rentabilidade em países emergentes como o Brasil. O estado de São Paulo, por sua vez, é onde se concentra tanto a demanda, quanto a produção dessas montadoras no país. Paralelamente a isso, na busca de tornar suas cadeias mais competitivas, empresas têm adotado estratégias calcadas na integração e cooperação com seus fornecedores e clientes. Tendo isso em vista, o principal objetivo deste estudo foi analisar quão alinhadas estão as estratégias de suprimentos das montadoras e de seus respectivos fornecedores, sendo estas empresas localizadas no estado de São Paulo. [METODOLOGIA] Esta pesquisa é empírica, de caráter exploratório. Utilizou-se uma amostra formada por quatorze empresas, todas fornecedoras de montadoras, e os entrevistados foram gerentes ou responsáveis pela função de compras nestas organizações. A coleta de dados então ocorreu com os respondentes ordenando dez critérios (previamente selecionados) para a seleção de fornecedores. Primeiro, ordenou-se sob a ótica da sistemista e, em seguida, sob o ponto de vista das montadoras. Ou seja, buscou-se comparar quais as estratégias de suprimentos utilizadas nas duas camadas mais a jusante da cadeia automobilística. Dessa forma verificou-se o grau de alinhamento resultante a partir da diferença entre a ordenação de importância na primeira e na segunda etapa. Para completar, também foi feita uma análise da satisfação entre as camadas, de modo a examinar se o grau de importância assinalado para os critérios estava sendo acompanhado de práticas convergentes ou divergentes à importância dos critérios. [RESULTADOS] Dentre os resultados deste estudo, averiguou-se que dentre as empresas sistemistas/de primeira camada há maior valorização de critérios que não exigem práticas colaborativas. Verificou-se também que para as montadoras, contudo, duas práticas colaborativas ganham relevância na seleção de seus fornecedores: disposição para abrir planilha de custos e suporte ao desenvolvimento de novos produtos. Quanto ao alinhamento na cadeia, dos dez critérios considerados, tiveram quatro que apresentaram um acentuado desalinhamento: certificação de qualidade, boa situação financeira, disposição para abertura da planilha de custos e, por fim, flexibilidade para atendimentos de emergência. Eles foram responsáveis por 71,7% da falta alinhamento na cadeia automobilística paulista. Para completar, também apurou-se que a satisfação nesta cadeia foi predominantemente maior no sentido a montante. Ou seja, em termos de relacionamento na cadeia, há indícios que as empresas estariam mais satisfeitas com as práticas de seus fornecedores do que com as práticas de seus clientes. [CONCLUSÃO] Apesar da maioria dos critérios terem se mostrado alinhados, os resultados indicam que a integração entre montadoras e seus fornecedores presentes na cadeia automobilística paulista ainda é pouco desenvolvida. Ou seja, a valorização de critérios de desempenho na cadeia apresenta coerência, mas quando se considera a coesão nas operações entre as camadas, percebe-se que ainda há espaço para maior combinação e complementaridade entre as atividades. Sendo assim, conclui-se também que a cooperação entre essas camadas é limitada e que o desenvolvimento dela pode se tornar um importante diferencial competitivo nesta cadeia.