ANÁLISE DO DESEMPENHO DOS FUNDOS FECHADOS À CAPTAÇÃO NO BRASIL.

Autor(es): 

Carolina Valezi - Orientador: Prof. William Eid Junior

Ano: 

2012

Instituição: 

FGV-EAESP

[INTRODUÇÃO] Os fundos de investimentos fechados à captação representam, hoje, uma boa parcela na indústria de fundos brasileira. Um fundo fechado é aquele em que, após o período de captação, não há entrada de novos membros, nem novos investimentos dos já participantes. O objetivo deste trabalho consiste em avaliar o desempenho dos fundos de investimentos fechados à captação no Brasil no período de dois anos e compará-lo ao dos fundos abertos de características semelhantes no mesmo período, para determinar se a performance dos fundos fechados pode ser considerada superior à dos abertos. [METODOLOGIA] Foi obtida uma amostra de cinquenta fundos fechados à captação e duzentos e cinquenta fundos abertos com família, patrimônio líquido, número de cotistas, tipo de cliente e taxa de administração semelhante, no período de janeiro de 2009 a dezembro de 2010, a partir do banco de dados da Comissão de Valores Mobiliários e do software SI-ANBID. Nesta amostra foram calculados, como indicadores de desempenho, a taxa de retorno acumulado, o Índice de Sharpe, o Índice de Treynor e o Alfa de Jensen. Para comparação, foi realizado o teste estatístico de hipóteses para proporção populacional e o teste de hipótese sobre a diferença de médias entre duas populações. [RESULTADOS] A comparação de cada fundo fechado com cinco fundos abertos foi feita agrupando os resultados em cinco categorias: fundo fechado com desempenho superior a cinco fundos abertos (A), fundos fechados com desempenho superior a quatro fundos abertos (B), fundos fechados com desempenho superior a três fundos abertos (C), fundos fechados com desempenho superior a dois fundos abertos (D), fundos fechados com desempenho superior a um fundo aberto (E) e fundos fechados com desempenho inferior a todos os abertos (F). Obteve-se, com relação à taxa de retorno acumulado: 38% dos fundos na categoria A, 16% na B, 20% na C, 8% na D, 6% na E e 12% na F. Em relação ao Índice de Sharpe: 14% dos fundos na A, 12% na B, 12% na C, 14% na D, 20% na E e 28% na F. Quanto ao Índice de Treynor: 40% dos fundos apresentaram-se na categoria A, 12% na B, 20% na C, 10% na D, 8% na E e 10% na F. O Alfa de Jensen distribuiu-se da seguinte maneira: 36% dos fundos na A, 14% na B, 26% na C, 10% na D, 10% na E e 4% na F. A análise individual dos cinquenta fundos fechados à captação com os duzentos e cinquenta abertos mostrou que das duzentos e cinquenta comparações feitas, em 64% (161 comparações) os fundos fechados tiveram rendimento superior. [CONCLUSÃO] Em média, não há evidências de que os fundos fechados à captação apresentam melhor desempenho do que os fundos abertos (teste de hipótese sobre a diferença de médias entre duas populações). Porém, pode-se afirmar, segundo o teste estatístico realizado, com 99% de confiança, que há evidências de que a probabilidade de um fundo fechado ter melhor desempenho do que 60% dos fundos abertos similares em termos de taxa de retorno acumulado, Índice de Treynor e Alfa de Jensen é maior que 50% (teste de proporção). Observou-se também que, quando o fundo fechado tem retorno alto, ele não é acompanhado pelo fundo aberto. Já quando o retorno do fundo fechado é baixo, ele normalmente perde para o fundo aberto.

Departamento: 

CFC

Anexos: