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Foi em busca de entender melhor a Administração Estratégica na área de saúde e de como a descentralização impacta no gerenciamento, conduta e qualidade dos trabalhadores que buscou-se comprar duas realidade bem distintas, sendo uma cituada no Brasil e outra nos Estados Unidos. Por meio de entrevistas realizadas com gestores importantes das cidades de São Paulo, em São Paulo, e de Austin, no Texas, foram coletados dados sobre a formação dos ocupantes de posições administrativas nos dois municípios, sua percepção sobre a utilização do instrumental de administração estratégica e a forma pela qual viabilizam seus planejamentos. Com isso foi desenvolvido um paralelo entre a administração pública de saúde no Brasil e nos EUA e as diferentes formações acadêmicas dos profissionais que trabalham e gerenciam a área de saúde. Como resultados, verificou-se que no Brasil, existe ainda a tradição de médicos como administradores de saúde, inclusive no setor público. No entanto, tem-se visto com maior freqüência a presença de enfermeiros ou assistentes sociais. Mas, por exemplo, um recente concurso para coordenadores de unidades de saúde, realizado pela Secretaria de Saúde do Município de São Paulo em 2004, não permitia a inscrição de administradores formados, tendo sido questionado formalmente pelo CRA (Conselho Regional de Administração). Da mesma forma, o Conselho Regional de Medicina (CREMESP) entrou com um mandado de segurança contra o mesmo concurso, porque abria a possibilidade de enfermeiros, assistentes sociais, nutricionistas, entre outros profissionais de saúde, serem efetivados como gerentes de unidades. Nos Estados Unidos, consta que a grande maioria dos administradores da área de saúde são formados para esta atividade. Embora não necessariamente qualquer dos modelos seja correto, seja como for, o administrador da saúde precisará compreender as mudanças conjunturais, para elaborar estratégias que garantam a sobrevivência de sua organização no longo prazo, e, evidentemente, deverá ser capaz de implementar as estratégias adotadas. Com relação aos sistemas das duas cidades, foi possível perceber que o município de São Paulo enxerga com muito mais clareza o sistema no qual está inserido do que Austin, que parece estar inserida em um sistema cheio de interligações, mas ao mesmo tempo, com regras pouco definidas e claras para a própria população. Muitas pessoas, ao serem entrevistadas sobre o sistema de saúde, respondiam que era muito complicado de explicar e que nem elas mesmas entendiam muito bem o sistema que estavam inseridas. Pode ser que isso ocorra em alguns municípios do Brasil; porém, em São Paulo a sociedade sabe se direcionar (sabe para onde ir) quando há um problema de emergência, mesmo sabendo que talvez não poderá ser atendida. Dessa forma, concluiu-se que enquanto Austin está buscando a centralização do seu sistema para que possa melhor gerenciá-lo e estruturá-lo, tornando-o mais disponível à população; São Paulo buscou, durante o governo da Marta, a descentralização da sua estrutura para permitir um maior acesso e uma melhor administração do seu sistema de saúde.