Teoria da Ação Racional e a Melhoria Contínua

Autor(es): 

Chen Yen-Tsang, João Mário Csillag e Janaina Siegler

Ano: 

2012

Artigo em Foco: Theory of Reasoned Action for Continuous Improvement Capabilities: A Behavioral Approach
 
A importância da interação entre as áreas de operações e de gestão de pessoas tem sido cada vez mais ressaltada. O artigo “Theory of reasoned action for continuous improvement capabilities: a behavioral approach”, de Chen Yen-Tsang, João Mário Csillag e Janaina Siegler, adotou a teoria da ação racional, sugerida por Froelhe and Roth, para analisar as competências operacionais, com o objetivo de explorar a adaptação desse modelo no contexto de gestão de operações e o aspecto comportamental das capacidades operacionais sob a perspectiva de rotinas organizacionais.
 
A teoria foi operacionalizada utilizando o modelo comportamental de Fishbein e Ajzen (F/A) e analisando a competência de melhoria contínua. A melhoria contínua, ou continuos improvement (CI), é um processo indispensável para manutenção da competitividade de uma empresa. As inovações que provocam rupturas, por si sós, não são suficientes para manter uma firma competitiva ao longo do tempo.
 
A pesquisa investigou três empresas, escolhidas por critérios sugeridos por Christopher Voss e outros autores: serem conhecidas por sua capacidade de melhoria contínua ou terem demonstrado disposição para iniciativas de CI, mesmo que estas não tenham sido plenamente desenvolvidas. A seleção das empresas ainda se baseou na presença de três evidências, combinadas, ao longo de três anos: crescimento consistente da receita, melhoria contínua do produto ou serviço oferecido e melhoria contínua no processo interno.
 
As empresas foram escolhidas a partir de um conjunto de candidatas que apresentavam os critérios preestabelecidos. Com esse objetivo, foram consultados dados presentes em revistas brasileiras (Revista Exame – Melhores e Maiores 2009/2010, Melhores Empresas para Trabalhar 2009, A Indústria Siderúrgica Brasileira – Anuário Estatístico 2009/2010) e em publicações de conferências nacionais, como o Simpósio de Administração da Produção, Logística e Operações Internacionais (Simpoi) e o Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (EnANPAD).
 
As três empresas foram denominadas A, B e C. Com receita anual de mais de US$ 240 milhões e 600 funcionários, a empresa A atua na área de infraestrutura de transporte. A companhia buscou a melhoria contínua em 2008 e 2009, por meio da renovação de seu portfólio de produtos e realizando melhorias incrementais, como a introdução de um software para tornar mais eficientes seus recursos de tecnologia da informação (TI), o ajuste de procedimentos internos para aprimorar o atendimento ao cliente e a adoção de um sistema para aumentar o controle sobre a frota de veículos.
 
 Apresentando um faturamento também acima dos US$ 240 milhões e com 900 empregados, a empresa B é uma metalúrgica. Apresentou elementos de um programa de melhoria contínua com a procura constante da simplificação dos procedimentos internos adotados pelos empregados. Estes incluíram a eliminação de tarefas da linha de montagem, instalação de pulmões intermediários, o aumento da produtividade de seu maquinário de litografia, a melhoria do ambiente de trabalho, ao instalar um ventilador de exaustão para remover o cheiro de solventes, e a adoção de procedimentos para a reutilização de matérias-primas.
 
Atuando no segmento de fundição e com uma receita acima de US$ 100 milhões, a empresa C conta com 500 empregados. Seu processo de melhoria contínua tem se concentrado no aperfeiçoamento da qualidade dos processos. Ao longo dos últimos anos, planejou e conseguiu reduzir em 10% suas perdas internas.
 
Os resultados indicam que esse modelo explica parcialmente o comportamento da melhoria contínua, e algumas variáveis contingenciais podem influenciar a relação geral entre as variáveis envolvidas no modelo F/A, assim intenção pode ser eliminada por motivações normativas, podendo não ser a variável determinante nesse contexto nem mediar as demais variáveis para executar um tipo de comportamento.
 
Entre em contato com o professor João Mário Csillag.
 
Conheça as pesquisas realizadas pelo professor João Mário Csillag.