O Papel do Governo Militar na Criação da Pós-graduação em Administração

Autor(es): 

Amon Barros e Adele Carneiro

Ano: 

2015

Pesquisa em foco: Primórdios da pós-graduação em administração: O PNTE e a EAESP na disseminação dos programas brasileiros

Programa brasileiro desenvolvimentista financiou a criação de cursos de mestrado com influência norte-americana, mas, ao mesmo tempo, promoveu conhecimento nacional.

Objetivo: Entender o papel do governo federal na criação da pós-graduação stricto sensu em administração no Brasil.

Raio X da pesquisa

• Pesquisa qualitativa que se concentrou sobre período de 1972 a 1976 do Programa Nacional de Treinamento de Executivos (PNTE) e ajudou na implantação de cursos em quatro universidades (UFRJ, UFMG, João Pinheiro e FGV-EAESP) com valores que hoje somariam cerca de 50 milhões de reais.

• Investigação de documentos sobre atas de reunião do Conselho Departamental da FGV-EAESP na década de 1960. • Entrevistas com os professores e ex-professores.

Resultados

• O PNTE inseriu-se na lógica desenvolvimentista do I Plano Nacional de Desenvolvimento (PND), momento em que o governo militar fazia esforços para a criação e consolidação da pós-graduação no Brasil. Era um período em que o nacionalismo ora se confrontava, ora se conformava à influência dos EUA.

• Apesar de a FGV-EAESP ter contado com apoio da Fundação Ford nos primeiros anos após a sua criação, nos anos 1970, a escola passava por dificuldades em relação aos seus fluxos de caixa. Ao mesmo tempo, era difícil manter o quadro docente diante da competição das empresas que buscavam esses profissionais. Nesse contexto é que foram estabelecidas regras mais claras para a criação de uma pós-graduação stricto sensu.

• Na atuação do convênio do PNTE na EAESP, ficaram evidentes diversas dificuldades, relacionadas à dedicação dos professores, remuneração e produtividade por áreas de pesquisa.

• Em 1976 um ano antes da criação da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Administração (ANPAD), o PNTE se enfraqueceu e passou da FINEP ao CEBRAE. Ainda assim contribuiu indiretamente, para o estabelecimento da associação que desempenha, desde então, papel importante na institucionalização da pós-graduação em administração no Brasil

• O curso permitiu a consolidação de um corpo de professores permanente e incentivou a realização de pesquisas. O que há de novo

• O apoio do governo federal foi fundamental para a consolidação da pós-graduação stricto sensu em administração na FGV-EAESP, assim como em outras universidades.

• Ainda que o PNTE tenha contribuído para a difusão da matriz estadunidense que vigorava na FGV-EAESP, o programa também contribuiu para a formação de quadros e, consequentemente, de um pensamento localizado nacionalmente. 

Entre em contato com o professor Amon Narciso de Barros

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