O Desafio da Educação Ambiental

Autor(es): 

José Carlos Barbieri e Dirceu da Silva

Ano: 

2011

Artigo em foco: Desenvolvimento Sustentável e Educação Ambiental: uma Trajetória Comum com Muitos Desafios
 
A concepção de educação ambiental (EA) é um elemento primordial para o movimento em defesa do desenvolvimento sustentável que, desde os anos 1990, vem ganhando popularidade. Tal processo tem influenciado as políticas de educação ambiental no mundo, inclusive no Brasil.
 
O artigo “Desenvolvimento Sustentável e Educação Ambiental: Uma Trajetória Comum com Muitos Desafios”, de José Carlos Barbieri e Dirceu da Silva, aborda a origem de uma concepção de EA associada ao conceito de desenvolvimento sustentável e o debate que surge ao longo de sua trajetória em relação à proposta de educação para o desenvolvimento sustentável (EDS).
 
A educação ambiental dá uma atenção especial aos profissionais cujas atividades e decisões geram repercussões significativas sobre o meio ambiente, como administradores, economistas, engenheiros, arquitetos, desenvolvedores de produtos, formuladores de políticas públicas, entre outros.
 
O artigo apresenta os principais eventos intergovernamentais que originaram tal concepção de EA, destacando seus objetivos, principais diretrizes e recomendações de caráter geral. Os autores recuperam importantes documentos intergovernamentais, principalmente os concebidos por agências da Organização das Nações Unidas (ONU) que balizaram o debate e contribuíram com novos elementos que levaram a ações globais de EA.
 
Com o objetivo de superar determinados mitos ou pensamentos ingênuos a respeito do desenvolvimento sustentável, o artigo mostra os diferentes conceitos e as questões polêmicas que geram dúvidas e objeções sobre ele. Ainda traz reflexões sobre as implicações do crescimento econômico e sua relação com o desenvolvimento, tema central em torno do conceito do desenvolvimento sustentável.
 
A educação ambiental deve ser adotada a partir de abordagens interdisciplinar, multidisciplinar ou transdisciplinar, ou seja, não deve ser incluída como disciplina específica, mas em todas as oportunidades de ensino, como um processo contínuo que se estende para fora das instalações escolares. Tal aspiração só pode ser realizada se os docentes forem capazes de abordar questões ambientais inter-relacionadas com os temas das disciplinas que ministram. Isso só ocorreria, se eles tiverem uma formação em EA. Portanto, as disciplinas específicas de educação ambiental fariam sentido em cursos de pós-graduação que futuros docentes irão frequentar.
 
Tema importante é a relação da EA com as disciplinas de gestão ambiental cada vez mais frequentes nos cursos de graduação em Administração. Tais disciplinas tratam de conteúdos de formação profissional, associadas a áreas específicas, como marketing, produção, logística e finanças. A gestão ambiental está voltada para a aplicação de conhecimentos teóricos e práticos aos problemas ambientais relacionados às organizações, por meio de processos administrativos típicos, como planejamento, controle, coordenação, motivação e outros, para alcançar objetivos e metas específicos em diferentes níveis de atuação, do operacional ao estratégico.
 
Embora os objetivos da EA sejam mais amplos, ela pode se articular com o desenvolvimento sustentável e ambos se reforçariam mutuamente, desde que se considerasse que são compatíveis. Para isso, a gestão ambiental deve estar afinada com o movimento do desenvolvimento sustentável. O aprendizado em gestão ambiental se torna mais efetivo quando os alunos estão sensibilizados e conscientes acerca do meio ambiente e dos problemas decorrentes das ações humanas.
 
O artigo também apresenta algumas das principais iniciativas voluntárias para a inserção das instituições de ensino superior no movimento do desenvolvimento sustentável. Para os autores, diante da urgência das questões ambientais, a adesão à iniciativa voluntária das instituições de ensino e pesquisa, apressaria o aprendizado.
 
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