Medindo a Competitividade das Nações

Autor(es): 

Luciano Castro de Carvalho, Luiz Carlos Di Serio e Marcos Augusto de Vasconcellos

Ano: 

2012

 

 
 
 

 

Artigo em Foco: Competitividade das Nações: Análise da Métrica Utilizada pelo World Economic Forum
 
Internacionalmente, o Índice de Competitividade Global (ICG) do World Economic Forum (WEF) é reconhecido como um dos três mais importantes que medem a competitividade dos países. Os outros dois índices são os do Institute for Management of Development (IMD) e do United Nations Industrial Development Organizations (Unido). Entretanto, entre os três, o ICG tem ganhado destaque, por sua composição estrutural, tamanho da amostra e periodicidade.
 
Segundo o WEF, uma série de instituições, políticas e fatores determinam a competitividade de uma nação. O ICG é gerado a partir de 12 pilares, divididos em três grupos: o grupo 1 (denominado “Base da Economia”) é constituído por (a) instituições, (b) infraestrutura, (c) estabilidade macroeconômica e (d) saúde e educação primária; o grupo 2 (“Eficiência da Economia”) é constituído por (e) educação superior e treinamento, (f) eficiência do mercado de produtos, (g) eficiência do mercado de trabalho, (h) sofisticação do mercado financeiro, (i) prontidão tecnológica e (j) tamanho do mercado; e o grupo 3 (“Inovação da Economia”) é formado por (k) sofisticação de negócios e (l) inovação.
 
O artigo “Competitividade das nações: análise da métrica utilizada pelo World Economic Forum” tem o objetivo de avaliar as relações entre as variáveis que compõem o índice de competitividade das nações desenvolvido pelo WEF, sugerindo uma simplificação do modelo.
 
Para os autores, é possível elaborar outra forma de reunir os pilares para medir a competitividade, na qual a utilização daqueles mais representativos de cada grupo permite a mensuração da competitividade das nações. Com isso, pode-se simplificar o modelo, sem perda da qualidade da medição.
 
Os autores avaliaram a correlação entre os pilares, identificaram os que melhor descrevem a condição competitiva dos países e a verificaram mudanças no ranking de competitividade dos países geradas pelo novo modelo.
 
Os dados utilizados no artigo são oriundos dos relatórios publicados em 2010 pelo WEF, nos quais foram analisados 133 países. Os relatórios apresentam índices de competitividade para cada país participante, que são classificados em um ranking.
 
Inicialmente, os autores verificaram que nove das 12 variáveis do modelo original estavam altamente correlacionadas e que, juntas, formariam o construto ambiente de negócios. A constatação leva a concluir que os agrupamentos propostos pelo WEF seguem uma lógica de variáveis que compõem uma determinada área sem, necessariamente, haver relação entre elas.
 
Assim, os pilares considerados pelo WEF favorecem países com maior desenvolvimento econômico. De fato, os resultados apurados pelos autores mostram mudanças no ranking dos mais competitivos. O novo ranking manteve a Suíça na primeira colocação, mas os Estados Unidos, por exemplo, caíram cinco colocações, da segunda colocação, na lista original, para a sétima posição, no modelo modificado, e o Japão saiu da oitava posição, na lista original, para a 10ª, no modelo modificado.
 
Na lista dos 10 primeiros dos dois rankings, a Suécia passou da quarta para a segunda colocação; a Dinamarca, da quinta para a terceira; a Finlândia, da sexta para a quarta; e a Holanda, da 10ª para a sexta. Já Singapura e Canadá, ocupando, respectivamente, a terceira e a nona colocação no ranking WEF, deixam de listar entre os 10 mais competitivos na nova lista. Ausentes na lista dos 10 mais do WEF, Áustria (oitava) e Noruega (nona) figuram na nova lista.
 
O estudo definiu três grandes grupos formadores da competitividade das nações: ambiente de negócio, base da economia e estabilidade macroeconômica. Esses grupos foram representados por seus pilares mais significativos e, por meio da análise de regressão com método Best Subsets, encontrou-se a equação com os três pilares que, juntos, explicam o escore dado pelo WEF em 96%. As variáveis mais representativas são: estabilidade macroeconômica, qualidade do ensino superior e sofisticação dos negócios.
 
Verificou-se, ainda, que a prontidão tecnológica explica a competitividade do país em 87% e que a combinação entre estabilidade macroeconômica, qualidade do ensino superior e sofisticação dos negócios eleva esse percentual para 96%.
 
Os autores sugerem a ampliação do estudo, agregando novas variáveis oriundas de bases de dados governamentais a fim de auxiliar os tomadores de decisão e governantes públicos quanto aos investimentos necessários em áreas da economia que podem alavancar a competitividade das nações.
 
 
Entre em contato com o professor Luiz Carlos Di Serio.
 
Conheça as pesquisas realizadas pelo professor Luiz Carlos Di Serio.