Computação em Nuvem

Autor(es): 

Otavio Próspero Sanchez e Alexandre Cappellozza

Ano: 

2012

Artigo em Foco: Antecedentes da Adoção da Computação em Nuvem: Efeitos da Infraestrutura, Investimento e Porte
 
A adoção da computação em nuvem é vista como uma oportunidade para a redução dos investimentos em tecnologia da informação (TI), possibilitando maior flexibilidade na demanda por serviços e redução dos custos. Assim, as empresas podem manter recursos financeiros e aumentar sua capacidade de investimento em seus negócios, deixando para terceiros a administração dos ativos de tecnologia. No entanto, a computação em nuvem também pode proporcionar aos concorrentes acesso a recursos anteriormente escassos ou diferenciais, que eram fontes de vantagem competitiva.
 
Diante desses movimentos e do fato de que a TI é um recurso caro e perecível, os autores do artigo “Antecedentes da adoção da computação em nuvem: efeitos da infraestrutura, investimento e porte” se propõem a investigar quais dilemas o gestor encontra em uma decisão de investir ou contratar TI.
 
A pesquisa conduzida por Otavio Próspero Sanchez e Alexandre Cappellozza explora a necessidade de identificação dos fatores antecedentes da adoção de computação em nuvem pelas empresas. Ao identificar os mecanismos de escolha das organizações, o artigo contribui para a prática gerencial.
 
A base de dados foi a edição de junho de 2010 da revista Info Exame “As 100 Empresas Mais Ligadas do Brasil”, que reúne 100 companhias de vários setores, das quais 56 foram consideradas pelos autores.
 
A pesquisa trouxe várias conclusões interessantes. Primeiro, constatou-se que as empresas com maior infraestrutura procuram ampliar seus investimentos em TI em função da necessidade de expansão do negócio ou devido à busca de economias de escala. Segundo, evidenciou-se que companhias de menor porte, usualmente em situação de procurar adquirir posição competitiva, tendem a adotar a computação em nuvem, enquanto companhias de maior porte buscam proteger seus ativos competitivos, portanto evitando exteriorizá-los. Terceiro, constatou-se que mesmo as organizações que podem manter seus investimentos não deixam de considerar a possibilidade de adotar determinadas iniciativas de computação em nuvem para tornarem-se mais líquidas e aumentarem sua capacidade de investimento em projetos alternativos.
 
Em geral, organizações de maior porte contam com escala interna que lhes permite não optar pelo uso da computação em nuvem. Essa decisão adquire importância estratégica, porque a contratação de um fornecedor em nuvem pode habilitá-lo técnica e economicamente a obter e repassar uma economia de escala a potenciais concorrentes de menor porte. Além disso, se mantida internamente, a capacidade computacional e a competência técnica podem se transformar em uma barreira à operação eficiente de competidores que não contam com essa competência.
 
Os autores concluem que organizações que contam com grande infraestrutura podem se interessar por contratar serviços de computação em nuvem à medida que seus ativos tecnológicos estejam ameaçados pela obsolescência, ou conforme o custo de manter seu parque tecnológico atualizado esteja drenando recursos substantivos de novos movimentos estratégicos.
 
Segundo os autores, a decisão de adoção da computação em nuvem não pode ser tomada como uma consequência inevitável da disponibilidade advinda da evolução tecnológica, mas como resultado de análises estratégicas bem-conduzidas, que consideram movimentos de fornecedores, clientes e concorrentes.
 
Entre em contato com o professor Otávio Próspero Sanchez.
 
Conheça as pesquisas realizadas pelo professor Otávio Próspero Sanchez.