Alianças Estratégicas: Fontes de Vantagem Competitiva e de Lucros

Autor(es): 

Sérgio G. Lazzarini, Luiz A. L. Brito e Fábio R. Chaddad

Ano: 

2013

Artigo em foco: Conduits of Innovation or Imitation? Assessing the Effect of Alliances on the Persistence of Profits in U.S. Firms
 
Após o estudo precursor de Dennis Muller, “Profits in the long run”, publicado em 1986, muitos pesquisadores passaram a investigar por que algumas empresas apresentam, e conseguem sustentar por um determinado período, lucros acima da média da indústria na qual atuam. Para os proponentes da “visão baseada em recursos”, por exemplo, recursos valiosos, raros e difíceis de imitar seriam fonte de vantagens sustentáveis para as empresas.
 
No entanto, para alguns autores, o cenário concorrencial caminha cada vez mais para a hipercompetição, na qual as manobras estratégicas das companhias e a evolução tecnológica tornam mais provável a redução dos lucros. Tal contexto desencadeou um fluxo considerável de pesquisas voltadas a examinar os fatores que podem aumentar ou diminuir a capacidade das empresas em manter sua vantagem competitiva ao longo do tempo.
 
A pesquisa “Conduits of innovation or imitation? Assessing the effect of alliances on the persistence of profits in U.S. firms”, dos pesquisadores Sérgio Lazzarini, do Insper, Luiz Arthur Ledur Brito, da FGV-EAESP, e Fábio Chaddad, da Universidade de Missouri, contribui para a literatura ao abordar um fator específico: como as alianças construídas pelas empresas afetam seu desempenho financeiro. Embora estudos anteriores tenham procurado examinar como as firmas criam valor por meio de parcerias, ainda não havia sido investigado como essas alianças podem sustentar ou minar o valor ao longo do tempo.
 
O caráter positivo das alianças ainda é algo em discussão. Por meio das parcerias, as firmas podem acessar recursos e competências de que ainda não dispõem, como novos canais de distribuição, conhecimento para desenvolvimento de novos produtos, entre outros. O acesso aos recursos externos permitiria criar vantagem competitiva ou até mesmo reverter desvantagens competitivas. Por outro lado, as alianças aumentam o risco de imitação. Com a interação, os recursos internos – e que trazem vantagens para a empresa – ficam mais expostos, podendo ser utilizados para benefício individual da parceira. Assim, a vantagem competitiva torna-se temporária, na medida em que é dominada por outras organizações.
 
Partindo da análise dos dados financeiros de 509 empresas norte-americanas entre 1992 e 2002, Lazzarini, Brito e Chaddad constataram o efeito positivo das alianças sobre o desempenho das companhias. Os resultados indicam que se engajar em um maior número de alianças cria condições para que as vantagens competitivas permaneçam por mais tempo, assim como diminui a persistência de desempenhos inferiores e ajuda a reverter desvantagens competitivas.
 
As parcerias firmadas podem ser benéficas para empresas que já têm vantagem competitiva e apresentam desempenho superior, mas são ainda mais decisivas para companhias que enfrentam uma situação de desvantagem competitiva e desempenho abaixo da média da indústria na qual atuam. Para essas companhias, as parcerias podem contribuir para melhoria do acesso aos recursos externos, valiosos e usufruídos por outras empresas. Para as companhias que já possuem uma vantagem competitiva, as alianças facilitam a inovação e servem como amortecedor para eventuais choques externos que poderiam, eventualmente, corroer suas vantagens existentes. Assim, os pesquisadores concluem que as alianças podem ser utilizadas como uma ferramenta efetiva para aumento da performance empresarial.
 
Entre em contato com o professor Luiz Artur Ledur Brito.
 
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