[INTRODUÇÃO] Em março de 1990, o então presidente Fernando Collor de Mello deu início a um programa de abertura das importações como parte do pacote de medidas para modernizar e estabilizar a economia da nação. Este processo teve efeitos bastante significativos sobre as empresas de diversos setores da economia que, de uma situação de total proteção, passaram a ter que concorrer com todo o mundo. Dessa forma a intenção da pesquisa foi identificar a evolução do pensamento empresarial em virtude da abertura de mercado. [METODOLOGIA] Foram pesquisadas declarações de lideranças empresariais m todas as edições do jornal Folha de S. Paulo de 1990 a 1993. As declarações encontradas foram resumidas e analisadas a fim de se delimitar o pensamento empresarial que este continha. Com base nestes resumos, pode-se definir uma evolução. [RESULTADOS] Do início de 1990 ao final de 1993 a tônica que se percebeu nas declarações é o elogio ao conceito da abertura mas a profunda insatisfação com a jornada pela qual vinha sendo feita, velocidade da mesma. Durante 1990 e 1991 houve muita pressão do empresariado sobre o governo para aumentar a proteção da indústria nacional sob pena de "argentinização" da economia brasileira. Já em 1992 e 1993 a pressão se refere mais a ameaça de "dumping" externo. [CONCLUSAO] Embora superficialmente isso não se perceba claramente, o pensamento empresarial em relação à abertura mudou bastante durante os quatro anos pesquisados. Inicialmente havia um desejo de retorno à situação pré-abertura, representado pelas reivindicações de mais proteção ao governo. Depois as reivindicações se concentraram no "dumping", representando que o empresariado aceitou a abertura e quer condições mínimas de competitividade. (CNPq)